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Rendez-vous cultural

Festival de Outono de Paris traz grandes nomes da cena contemporânea em 70 espetáculos

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Setenta espetáculos e 65 artistas convidados, que se apresentam até o dia 31 de dezembro em 45 espaços da capital francesa e da região parisiense. A 47ª edição do Festival de Outono de Paris fornece, anualmente, um grande panorama da cena contemporânea mundial, com ingressos disputados, inaugurando a grande estação das artes na cidade. Entre os destaques, os coreógrafos brasileiros Lia Rodrigues e Bruno Beltrão, que dão continuidade a uma longa parceria com a organização do festival e apresentam criações inéditas.

O diretor polonês Krystian Lupa traz "Procès", inspirado em "O processo", de Kafka, com ingressos esgotados há mais de um mês no Festival de Outono de 2018, em Paris.
O diretor polonês Krystian Lupa traz "Procès", inspirado em "O processo", de Kafka, com ingressos esgotados há mais de um mês no Festival de Outono de 2018, em Paris. Krystian Lupa © Magda Hueckel
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O Japão é o país homenageado do Festival de Outono de Paris 2018,  com uma programação que privilegia jovens criadores nipônicos, como TakahiroFujita e Toshiki Okada, mas também artistas consagrados como Hiroshi Sugimoto, além de Nakamura Shidô II e Nakamura Shichinosuke II, da tradição kabuki

Para além dos artistas japoneses, a curadoria da mostra programou também alguns dos maiores nomes da cena contemporânea mundial, como o encenador polonês Krystian Lupa, o suíço Milo Rau e a coreógrafa belga Anne Teresa de Keersmaker. Os coreógrafos brasileiros Lia Rodrigues e Bruno Beltrão figuram também entre os destaques da programação, dando continuidade a uma colaboração de vários anos com o evento, como relata Marie Collin, diretora artística do Festival de Outono de Paris.

"Continuamos nossa colaboração com Lia Rodrigues, agora depois de vários anos. Nós apoiamos bastante seu trabalho, vamos coproduzí-la no Teatro Nacional de Chaillot, e depois no 104, nesta que será uma das grandes criações deste outono. E vamos também continuar o trabalho junto a Bruno Beltrão, cujas obras ajudamos a divulgar para o público parisiense, há cerca de 10 anos", conclui Collin.

A coreógrafa Lia Rodrigues estreia “Fúria”, a esperada continuação de sua última criação, “Para que o céu não caia”, trazendo temas como a alteridade e mutação, com um grupo de dez bailarinos. Já Bruno Beltrão traz o espetáculo "Inoah", com a companhia Grupo de Rua, com quem desenvolve um trabalho minucioso de transposição de técnicas e inspirações da street dance para o palco contemporâneo desde a década de 90.

"A mostra sempre teve uma fidelidade a diretores e autores que me parecem os mais importantes de sua época, e também à necessidade de se arriscar. Então é uma tentativa de apoiar os criadores mais inovadores e mais jovens", reforçou a diretora, que sublinha ainda a diversidade e o alcance da maior temporada artística de Paris.

"O evento não acontece em um lugar definido. Trabalhamos muito em colaboração com todos os teatros da capital e da região parisiense, dos subúrbios. Oferecemos mais de 60 espetáculos, eventos e novidades em grandes teatros como Chaillot, Chatêlet, La Philarmonie, mas também salas médias e pequenas, somando um total de 180 mil lugares disponíveis durante todo os três meses e meio de festival", diz.

O espetáculo "La Reprise. Histoire(s) du théâtre (I)", do diretor suíço Milo Rau, uma das cenas mais aguardadas do Festival de Outono de Paris, em 2018. Milo Rau © Hubert Amiel
O espetáculo "La Reprise. Histoire(s) du théâtre (I)", do diretor suíço Milo Rau, uma das cenas mais aguardadas do Festival de Outono de Paris, em 2018. Milo Rau © Hubert Amiel Milo Rau © Hubert Amiel

No cardápio do Festival de Outono 2018 de Paris, as opções são múltiplas e diversificadas. O evento concentra não apenas os espetáculos mais disputados da estação, como é o caso da versão do diretor polonês Krystian Lupa para "O Processo", de Kafka, em cartaz no Teatro Odéon, ou de “Le père”, do jovem diretor francês Julien Gosselin, como também presta homenagens, como o grande panorama dedicada à genial coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker.

Com uma dezena de criações da artista no menu, em diferentes teatros de Paris, o Festival recupera a polifonia cênica de Keersmaeker, como conta a diretora artística do festival, Marie Collin:

"Há seis anos tentamos construir alguns 'portraits' de artistas essenciais e muito importantes, e que possuem, sobretudo, a possibilidade de mostrar um repertório, o que nos permite de oferecer ao público uma visão mais completa do desenvolvimento de uma obra ou de um artista. Como foi o caso de coreógrafos como Maguy Marin ou de personalidades de teatro como Bob Wilson ou Krystian Lupa. Este ano trazemos Anne Teresa, que soube manter muito vivo seu repertório, uma vez que mostraremos peças que remontam a 30 anos", explica a programadora.

O Festival de Outono de Paris 2018 homenageia a coerógrafa belga Anne TeresaDeKeersmaeker, apresentando sete criações que trazem um panorama dessa estrela da dança contemporânea.
O Festival de Outono de Paris 2018 homenageia a coerógrafa belga Anne TeresaDeKeersmaeker, apresentando sete criações que trazem um panorama dessa estrela da dança contemporânea. Anne Teresa De Keersmaeker / Rosas danst Rosas © Anne Van Aersch

O Festival de Outono 2018 de Paris fica em cartaz até 31 de dezembro de 2018.

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