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Curta de Carolina Markowicz traz a Cannes problemática da adoção

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Jonathas é um menino órfão, negro, de 13 anos, que tem a sorte de ter um casal que se interessa em adotá-lo, indo contra todas as preferências por um bebê branco. Mas seu jeito afeminado se torna o verdadeiro empecilho. Essa é a história de O Órfão, curta de Carolina Markowicz, em competição na Quinzena dos Realizadores, em Cannes.

A cineasta Carolina Markowicz fala sobre "O Órfão", curta em competição na Quinzena de Cannes.
A cineasta Carolina Markowicz fala sobre "O Órfão", curta em competição na Quinzena de Cannes. RFI
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Carolina conta que o curta é inspirado em histórias reais, “principalmente de crianças que são devolvidas”. Segundo dados oficiais do Conselho Nacional de Justiça 75% dos pretendentes querem crianças entre zero e cinco anos. A maioria quer bebês brancos, enquanto que a realidade mostra que mais de 50% das crianças disponíveis são pardas e 8% têm mais de 15 anos.

“Fiz muitas pesquisas, visitei abrigos e conversei muito com pessoas que trabalham na área de assistência social e a ideia era justamente mostrar um recorte dessas crianças, que têm dificuldades em serem adotadas, principalmente por causa da idade, ou porque têm irmãos ou porque como, Jonathas, são diferentes”, disse a cineasta.

Fugir do melodramático

Sobre a escolha dos atores, ela contou com a ajuda de uma produtora de elenco. Quando ela viu Kauan Alvarenga, percebeu que ali estava o seu Jonathas. “Apesar de ser uma história inerentemente triste, eu queria um personagem irreverente, insubordinado, para que o filme não caísse no melodramático. O Kauan tem carisma e trouxe isso para o personagem. Ele improvisou bastante, o que é algo que eu não costumo fazer”, acrescentou Carolina.

A cineasta tem vários curtas com trajetória internacional, como Edifício Tatuapé Mahal, que estreou no Festival Internacional de Toronto, no Canadá, em 2014. “Estar em Cannes, na em competição na Quinzena é muito importante na construção da carreira, principalmente agora que estou desenvolvendo o meu primeiro longa-metragem”, conta a cineasta paulista.

Sobre o próximo projeto, em fase de captação, ela revela que é sobre uma mulher que chefia uma máfia na tríplice fronteira e que é especializada em esconder fugitivos em famílias que tem alguém em estado vegetativo. A gangue mata o doente e coloca o foragido no lugar. A trama vai girar em um desses fugitivos, que acaba se apegando ao filho do casal que o abriga.

 

 

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