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Cannes/Palma de Ouro

Festival de Cannes entra na reta final com vários favoritos à Palma de Ouro

Vários pretendentes fortes, mas nenhuma unanimidade. Assim a corrida à Palma de Ouro do Festival Internacional de Cannes entra em seu último dia antes do grande anúncio desde sábado.

Queima de fogos em Cannes, durante o festival de cinema.
Queima de fogos em Cannes, durante o festival de cinema. Patricia Moribe/RFI
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Hoje, o primeiro filme do dia é Ayka, ou "My Little One", em inglês, de Sergey Dvortesevoy, nascido no Cazaquistão, e que já tinha impressionado com o longa Tulpan. Ayka é uma jovem que acaba de dar à luz, mas como fazer se ela está desempregada, atolada em dividas e nem lugar para morar ela tem direito?

O último filme em competição é Ahlat Agaci, algo como “a pereira selvagem”, do turco Nuri Bilge Ceylan, que em 2014 levou a Palma de Ouro pelo belo Sono de Inverno. A história gira em torno de Sinan, que sonha em ser escritor. Ele economiza para publicar um livro, mas as dívidas de seu pai atropelam seu sonho de escrever.

Ontem foi a vez de Capharnaüm, da libanesa Nadine Labaki, e Un Couteau dans le Coeur (Faca no Coração), do francês Yann Gonzalez. Labaki estreou em Cannes com Caramel (2007), na Quinzena dos Realizadores. Ela também assina o segmento O Milagre, com Harvey Keitel, no coletivo Rio, Eu te Amo (2014). Yann Gonzalez dirige uma trama envolvendo uma relação amorosa entre duas mulheres, filmes pornô e um assassinato.

Na quarta-feira (16) foi a vez de Dogman, do italiano Matteo Garrone, vencedor do Grand Prix em 2012 pelo desconcertante Reality, sobre um homem obcecado em aparecer em um programa à la Big Brother. Agora ele volta com um filme violento, como foi o caso de Gomorra, que concorreu à Palma em 2008. Dogman conta a história de Marcello, pacato cabeleireiro canino, que resolve se vingar da opressão que sofre da parte de um ex-boxeador das redondezas.

A quarta-feira também trouxe um filme intrigante, Burning, de Lee Chang-Dong, um dos nomes mais importantes do cinema sul-coreano. Um triângulo amoroso, sexo e incêndios fazem parte da trama.

O mundo todo em Cannes

O filme de abertura, o aguardado Todos lo Saben, do iraniano Asghar Farhadi, com Penélope Cruz e Javier Barden, teve recepção morna da crítica diante de uma trama melodramática no interior da Espanha. O americano Spike Lee voltou à cena de Cannes com o vigoroso BlackKKlansman, sobre a improvável história verídica de um policial negro que se infiltra na Ku Klux Klan dos anos 1970, na onda da Guerra do Vietnã e dos Black Panthers.

O japonês Kore-eda Hirokazu reafirmou que é um mestre das relações familiares problemáticas e da direção de crianças. Em Manbiki Kazoku ele trata de relações carinhosas entre pessoas – e crianças – traumatizadas pela vida em família, mas que tentam, de uma forma ou outra, serem felizes. O chinês Jia Zhang-ke também reafirmou seu poder dramático com Jiang Hu er Nv (“Ash is the purest White”, em inglês), sobre a dedicação de uma mulher forte, mas obcecada por um chefe de gangue em decadência.

Veteranos

Jean-Luc Godard foi Jean-Luc Godard, com seu Le Livre d’Image, um mosaico de filmes e documentários que pretende ser uma reflexão sobre o mundo árabe. Inclassificável, mas fascinante. Dois cineastas não puderam vir a Cannes, por oposição oficial – o russo Kirill Serebrennikov, com seu poético e musical Leto (Verão), e o sempre criativo iraniano Jafar Panahir, ex-assistente de Abbas Kiarostami, que filmou em Três Rostos o estranho apelo de uma jovem a uma atriz iraniana muito conhecida. Panahi no papel dele mesmo acompanha a atriz na investigação.

Os franceses na corrida não conseguiram emplacar: Eva Husson, com Les Filles du Soleil, ou Christophe Honoré, com Plaire, Aimer et Courir Vite. En Guerre, de Stéphane Brizé, traz uma interpretação elogiada de Vincent Landon na pele de um sindicalista completamente dedicado à causa.

A corrida pela Palma de Ouro tem ainda Yomeddine, do estreantre A.B. Shawky; a Guerra Fria de Wimna Wojna, do polonês Pawel Palikowski; a delicadeza de Lazzaro Felice, da italiana Alice Rohrwacher; o romance turbulento de Netemo Sametemo, do japonês Hamaguchi Ryusuke, e o insosso Under the Silver Lake, do americano David Robert Mitchell.

Os resultados serão anunciados no sábado (19). Mas a emoção não para por aí. O filme de encerramento é O Homem que Matou Don Quixote, de Terry Gilliam.

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