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RFI Convida

"Olhar francês sobre produção audiovisual brasileira mudou em 20 anos", diz diretora do Festival de Cinema de Paris

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O Festival de Cinema Brasileiro de Paris completa 20 anos em 2018, trazendo um panorama não apenas das grandes produções que marcaram o cinema nacional nas últimas duas décadas, mas também novos nomes do audiovisual brasileiro, com uma programação que inclui ficção, documentários, animação, conferências e shows. Esse foi um dos assuntos do RFI Convida desta segunda-feira (2), que entrevista a diretora do festival, Kátia Adler. Ela comenta a evolução deste panorama e alguns de seus principais destaques.

A fundadora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, Kátia Adler, nos estúdios da RFI.
A fundadora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, Kátia Adler, nos estúdios da RFI. Foto: Elcio Ramalho/RFI
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Kátia Adler, fundadora e diretora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, comenta a evolução das produções nacionais e do olhar do público francês. "Mudou muita coisa. Quando comecei o festival eram apenas cópias em 35mm ou 16mm, hoje tudo é digital. Cada filme de uma hora e meia tinha 25 kg. Existiam muito poucas cópias legendadas em francês", lembra. "Hoje é tudo digital, acabo de chegar do Brasil e trouxe quinze filmes numa mala pequena", completa Adler.

Mas a percepção do público estrangeiro também mudou, ressalta a diretora do festival. "O público [francês] mais velho tinha sempre o Cinema Novo como referência. A imagem sempre era o sertão, Glauber [Rocha], Nelson [Pereira dos Santos], Cacá Diegues, Joaquim Pedro. Hoje, no Brasil, apenas em 2017 foram feitos 160 filmes. E quais foram os últimos sucessos aqui? Que horas ela volta?, Gabriel e a Montanha, O professor de violino, e esse não é mais o Brasil antigo do sertão", analisa.

"O cinema brasileiro que hoje chega na França é muito atual, com novos diretores, e o público [francês] espera do Brasil novos filmes, uma produção mais ampla", pontua Kátia Adler.

Conferência sobre Fundo de Investimento do Audiovisual 

"É a primeira vez que a gente traz alguém da Ancine [Agência Nacional do Cinema] para falar sobre esse fundo. Hoje, apesar da crise econômica e política muito séria que vive o Brasil - e não sei se já tivemos uma crise deste tamanho antes - o setor do Audiovisual, graças a esse investimento vai muito bem", afirma a diretora, lembrando que boa parte da verba se direciona não apenas ao cinema, mas para produções televisivas e séries.

"É um fundo interessante para se discutir aqui e mostrar para os franceses como funciona", acredita. 

Panorama do festival

"Escolhi 30 filmes dessa vez. Na sessão das 14h há filmes mais direcionados para o público jovem e escolas que ensinam português ou espanhol. Num segundo momento,teremos os sucessos que marcaram esses 20 anos de festival, com Dzi Croquettes, Que Horas Ela Volta?. Cidade de Deus vamos exibir em 35mm, em película, o que é excepcional", revela a diretora.

As sessões entre 19h e 21h30 serão reservadas para os novos filmes brasileiros."Temos dez filmes recentes em competição, todos ficções, e também seis documentários. Abrimos este ano com o filme do Selton Mello, o Filme da Minha Vida, e fechamos com o documentário sobre Maria Bethânia", antecipa Adler.

"O [ator francês, que protagoniza o filme] Vincent Cassel estará conosco na plateia, na noite de abertura, e assistirá conosco pela primeira vez o filme", revela. O Festival de Cinema Brasileiro de Paris fica em cartaz de 3 a 10 de abril no cinema L'Arlequin, no sexto distrito de Paris.

Para assistir a entrevista, clique no vídeo abaixo:

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