"The Square", de Ruben Östlund, leva a Palma de Ouro em Cannes
O filme "The Square", do sueco Ruben Östlund, ganhou a Palma de Ouro do 70° Festival de Cinema de Cannes. O prêmio de melhor direção foi para a americana Sofia Coppola. O anúncio foi feito neste domingo (28) durante a cerimônia de encerramento do evento na Riviera Francesa.
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Enviado especial a Cannes
A comédia “The square” conta a história de Christian, conservador de um museu em plena crise existencial. De forma irônica, a trama questiona o mundo da arte contemporânea. “Esse filme fala do politicamente correto, que também é uma ditadura”, declarou o presidente do júri, Pedro Almodóvar, após a cerimônia.
Os três últimos longas de Östlund foram apresentados em Cannes. O diretor participou do festival em 2008 com "De Offrivilliga", na categoria Un Certain Regard, em 2011 com "Play", na Quinzena dos Realizadores, e em 2014 com "Snow Therapy", que levou o prêmio do júri no Un Certain Regard. Essa foi a primeira vez que ele participou da competição principal.
O prêmio de melhor direção foi para a americana Sofia Coppola, com “O Estranho que nós amamos”. O filme é a segunda adaptação para as telas do livro “A Painted Devil”, de Thomas Cullinan e conta com um elenco de peso, formado por Colin Farrell, Kirsten Dunst e Elle Fanning.
O filme de Coppola é protagonizado por Nicole Kidman. A atriz, presente em quatro produções este ano em Cannes, recebeu um prêmio especial concebido para essa edição de aniversário do Festival.
O prêmio de melhor atriz foi para Diane Kruger, por sua performance magistral no filme alemão “In the fade”. Na trama contemporânea, ela interpreta uma mãe que perde marido e filho em um atentado cometido por grupos nazistas.
O troféu de melhor ator foi para Joaquin Phoenix, por sua participação no filme "You were never really here". Ele impressionou no suspense de Lynne Ramsay com o papel de matador de aluguel que usa um martelo como arma principal.
Favorito desde o início do festival, "120 battements par minute", de Robin Campillo, levou o Grande Prêmio. Adorado pelo público e inspirado em fatos e personagens reais, o filme conta a história da associação de luta contra a Aids ActUp na França.
Já o prêmio do júri foi para o filme russo "Loveless", de Andrey Zvyagintsev. Drama contemporâneo, a trama conta a história de um casal em pleno divórcio que enfrenta o desaparecimento do filho de 12 anos.
Além de Pedro Almodóvar, o júri da competição principal este ano era composto pelos atores Will Smith, Jessica Chastain e Agnès Jaoui, a atriz e modelo Fan Bingbing, os diretores Paolo Sorrentino, Maren Ade e Park Chan-wook e o compositor Gabriel Yared.
Mulheres em destaque nessa edição
O Festival de Cannes foi marcado este ano por uma presença mais expressiva de mulheres na competição, mas também nos resultados. Ao ganhar o prêmio de melhor direção, Sofia Coppola quebra um jejum de mais de 50 anos, pois essa categoria não havia sido vencida por uma diretora desde 1961, com a russa Yuliya Solntseva e o filme "A Epopeia dos Anos de Fogo".
Lynne Ramsay, diretora de "You were never really here", também dividiu o prêmio com o grego Yorgos Lanthimos, com o filme "The Killing of a sacred deer". Entre os jovens talentos, a francesa Léonor Serraille conquistou a Câmera de Ouro com "Jeune Femme".
Em toda a história do Festival de Cannes, apenas a neozelandesa Jane Campion levou a Palma de Ouro, em 1993, por "O Piano".
Confira lista dos ganhadores do Festival de Cannes :
Palma de Ouro - "The Square", de Ruben Östlund
Melhor direção – Sofia Coppola, pelo filme "O estranho que nós amamos"
Grande Prêmio – "120 battements par minute", de Robin Campillo
Prêmio do júri – "Loveless", de Andrey Zvyagintsev
Melhor Atriz – Diane Kruger, no filme "In the Fade", de Fatih Akin
Melhor Ator – Joaquin Phoenix , no filme "You were never really Here", de Lynne Ramsay
Melhor roteiro - "You were never really here", de Lynne Ramsay e "The Killing of a sacred deer", de Yorgos Lanthimos
Melhor curta-metragem – “Xiao Cheng Er Yue” (A Gentle night), de Yang Qiu
Câmera de Ouro (primeiro filme) – "Jeune Femme", de Léonor Serraille
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