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Agência Magnum resiste ao tempo e faz 70 anos com mostra em Nova York

Cooperativa única em seu gênero, a agência acompanhou a evolução mundial da fotografia, mantendo suas imagens entre a informação imediata e o olhar artístico."A Magnum é uma utopia fotográfica", dizia Henri Cartier-Bresson.

Pônei selvagem em Brecon Beacons, no País de Gales, 1974
Pônei selvagem em Brecon Beacons, no País de Gales, 1974 David Hurn/Magnum Photos
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"Manifesto Magnum" é o nome da mostra que começa nesta sexta-feira (26) no Centro Internacional da Fotografia (ICP, em inglês), em Nova York, é diferente das exposições anteriores consagradas à Magnum, que consistiam essencialmente em mostras das imagens mais célebres da história da agência. "Um dos desafios é tentar definir o 'espírito Magnum'", explica Clément Chéroux, um dos curadores da exposição.

A exposição é feita através das fotos, mas também recupera encontros dos próprios fotógrafos, como Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, as duas figuras emblemáticas da agência, com um centro de gravidade situado entre Paris e Nova York, seus dois laboratórios históricos. A Magnum é uma "utopia fotográfica", dizia o francês Cartier-Bresson, "uma construção de observadores".

Cooperativa de fotógrafos marcada pela Segunda Guerra Mundial, a agência representa desde o seu início os valores humanitários, muito presentes em seus primeiros anos de vida. A série "Generation X", realizada no começo da década de 1950 e que se interessava pelos jovens de vários países do mundo, ilustrava esse ideal de igualdade, de aspirações comuns.

Anos depois, seus fotógrafos buscaram também retratar a diferença, consagrando-se em reportagens sobre pessoas com doenças mentais e dependentes químicos, destaca Chéroux.

Arte e realidade, um desafio constante

A agência se esforça para combinar a urgência da notícia e uma visão artística do mundo, mas não sem dificuldades. Para Chéroux, "eles se mantêm porque conseguem fazer tudo ao mesmo tempo, uma coisa e seu oposto".

As dificuldades vividas pela imprensa, que provocaram uma diminuição na renda e uma certa banalização da foto com a passagem para o sistema digital, sacudiram o setor nos últimos anos. Ainda que tenha passado por problemas, a Magnum sobrevive graças à sua diversidade, iniciada muito cedo por Robert Capa. Pedidos de empresas, exposições diversas, edição de inúmeros livros, tiragens artísticas: a agência é múltipla.

"A situação continua sendo precária", observa Clara Bouveresse, outra curadora da exposição, autora de uma tese sobre a Magnum. "Encontrar um modelo econômico viável para os fotógrafos hoje é um grande desafio".

Se a Magnum ainda resiste, é também porque seus fundadores batalharam ferozmente pelo reconhecimento de seus direitos autorais, dos quais poucos fotojornalistas se beneficiavam antes de 1947. Setenta anos depois de sua criação, em 6 de fevereiro de 1947, ao redor de uma garrafa de champagne no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), a agência ainda emprega 49 fotógrafos e continua oferecendo sua crônica do mundo. Uma longevidade sem igual para uma instituição que se dedica exclusivamente à fotografia. "Esta agência tem uma espécie de aura que fascina as gerações mais jovens", explica Bouveresse.

A exposição fica aberta até 3 de setembro e, em seguida, irá para Roma e Berlim, antes de uma possível passagem pela França.

(Informações AFP)

 

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