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Laís Bodanzky, cineasta: "Público europeu é sensível ao tema da mulher"

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A cineasta e roteirista paulista Laís Bodanzky, premiadíssima com “Bicho de Sete Cabeças”, está na Berlinale deste ano com seu novo longa, “Como Nossos Pais”. O filme trata de um drama em torno de uma mulher que cobra de si mesma estar à altura de tudo o que é esperado dela, como ser esposa, mãe e filha perfeita.

A cineasta Laís Bodanzky apresenta “Como Nossos Pais” na mostra Panorama Especial do Festival de Berlim
A cineasta Laís Bodanzky apresenta “Como Nossos Pais” na mostra Panorama Especial do Festival de Berlim RFI/Letícia Constant
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Enviada especial a Berlim

Por que a cineasta escolheu essa temática da "supermulher" e do questionamento interior que ela faz em relação a esse papel? "Acho que é um pensamento de toda mulher nos dias de hoje, acho que de uma certa forma a gente herdou uma conquista muito grande da geração da minha mãe através do movimento feminista dos anos 60 e 70. Mas depois, o que a gente faz com toda essa conquista? Porque a gente só conquistou, a gente não trocou papeis. A mulher hoje está sobrecarregada de ter que fazer tudo muito bem feito, o que é impossível. Esse é um dilema da mulher contemporânea”, explica a diretora, em entrevista à RFI durante a Berlinale.

Essa necessidade de perfeição é o conflito interior da personagem Rosa, interpretada com intensidade pela atriz Maria Ribeiro. “A personagem começa a refletir sobre isso e percebe que não é ela quem decide a própria vida", analisa a cineasta, acentuando que o filme discute o papel da mulher hoje, mas também como as mulheres se relacionam entre si.

Um aspecto muito interessante de “Como Nossos Pais” é o lugar onde o homem é colocado em relação ao universo psicológico feminino. Ele não é visto como rival mas como o companheiro que tenta se adaptar a essa nova mulher, empoderada e com sensação de conquista. "Não é um contra o outro, é junto. Tem que achar o ponto de equilíbrio", reflete Laís.

A cineasta se surpreendeu com a receptividade do público europeu a essa temática da mulher contemporânea: "A reação tem sido muito rica, as mulheres se identificando com o tema e os homens também, me fazendo perguntas excelentes", observa a diretora.

O longa “Como Nossos Pais” está na mostra Panorama Especial do Festival de Berlim.

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