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“O rádio é uma mídia de indivíduos”, diz diretor-geral da ABERT

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13 de fevereiro é o Dia Mundial do Rádio. A data é celebrada desde 2012 depois que adotada pela UNESCO e também pela Assembleia Geral da ONU para marcar a importância deste veículo como meio de comunicação de massa. O tema da edição de 2017 é “O Rádio é você”, uma escolha feita para valorizar um dos aspectos que mais caracterizam a força desse veículo: a interatividade com seu público.  

Luis Roberto Antonik, diretor-geral da ABERT.
Luis Roberto Antonik, diretor-geral da ABERT. Divulgação
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“Fiquei feliz com esse tema porque o rádio se transformou em uma mídia de indivíduos. Diferentemente de outras mídias, que você compartilha com a família, com amigos, o rádio é dos indivíduos, destaca Luiz Alberto Antonik, diretor-geral da ABERT, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, entidade que reúne mais de 3.200 rádios comerciais espalhadas pelo país.

“As pessoas não ficam zapeando de uma emissora para outra. Elas escutam sempre a mesma emissora. A fidelidade do ouvinte com sua emissora é enorme”, afirmou na entrevista à RFI Brasil. Antonik ressalta que o rádio consegue se manter como um veículo indispensável para seu público, mesmo diante da grande oferta de meios de comunicação.

“O Rádio vem sobrevivendo a esse bombardeio tecnológico que as pessoas sofrem todos os dias. Primeiro, porque permite que você escute rádio e possa fazer outras coisas como, por exemplo, dirigir o carro, ou andar na rua e correr no parque. Segundo, porque é a única mídia que tem o serviço local. As mídias estão globalizadas e se você quiser saber o que acontece no local onde você está, procura o rádio. E a terceria, e mais importante, é a interação. O ouvinte pode entrar em contato e interagir, isso faz a diferença”, afirma. “O rádio deve usar todas as ferramentas para ir de encontro ao seu ouvinte e o que o diferencia dos outros veículos é o conteúdo local”, insiste.

Desafios do veículo

Criado em 1923, o rádio no Brasil também acompanha a evolução tecnológica e dos novos hábitos dos usuários. Segundo Antonik,o futuro do rádio no país também passa pela interação cada vez maior com a internet e os dispositivos móveis.

“No Brasil, cerca de 15% da audiência já vem da telefonia móvel. Diferentemente de outras mídias, o rádio não tem brigado e sim surfado na nova tecnologia, e se alia a ela”, afirma. “O rádio precisa ter aplicativos para IOS, para Android, os sites na internet devem estar muito atualizados, participar de todas as redes sociais, essa interação é a tendência do rádio”, diz.

Em 2013, a ABERT constatou por meio de uma pesquisa que das 5.650 emissoras comerciais do país, apenas 1000 tinham aplicativos para IOS e Android. Para fortalecer o rádio como veículo, a entidade fez uma campanha com dois focos: um deles para sensibilizar o público para comprar celulares com receptores de frequência FM embutido, e também para incentivar as rádios a criar Apps.

“Sem isso, o rádio vai desaparecer”, garante. Para contornar o problema de custos, que poderiam penalizar financeiramente várias empresas, a ABERT decidiu pagar cerca de 1.300 aplicativos para IOS e Android para pequenas emissoras. “Três anos depois estamos com mais de 4 mil emissoras de rádio em todo o Brasil com os aplicativos. Fizemos isso porque senão o rádio enfraquece”, afirma.

Diferentemente do que vai acontecer com a televisão no Brasil, que passará do sinal analógico para o digital, o rádio não deve passar pela mesma transformação, segundo Antonik. “A internet ‘matou’ a digitalização do rádio. Não vai compensar você trocar todo seu equipamento para tornar o rádio digital. Para quê? Interação, eu já faço pela internet, mostrar a imagem do estúdio, vender música”.

No país, está em curso a migração das rádios AM para FM. O governo criou um programa para permitir que 1.800 emissoras AM possam passar para a frequência FM. O custo não é barato, o que significa uma barreira para muitas empresas pequenas. Uma emissora de classe especial na Grande São Paulo, por exemplo, deve investir R$ 4 milhões apenas na licença. Mesmo assim, o diretor-geral da ABERT está otimista: “Cerca de 300 já migraram e até o final do ano vamos ter mais ou menos 1.000”.

 

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