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Rendez-vous cultural

Centro Pompidou expõe filosofia surrealista de Magritte

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“Isto aqui não é um cachimbo”. A frase, sob a imagem justamente de um cachimbo, é um dos quadros mais simbólicos do artista plástico belga René Magritte, em exposição no Centro Pompidou de Paris, o Beaubourg. O nome do quadro, a “Traição das Imagens”, batiza também a mostra, que reúne quadros conhecidos e outros menos famosos, vindos de coleções privadas.

La Trahison des images 1929
La Trahison des images 1929 @Magritte
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“O quadro é uma apropriação irônica de Magritte do ponto de vista dos filósofos, que sempre denunciaram a facticidade e o caráter fraudulento das imagens. As imagens são enganadoras”, diz Didier Ottinger, curador, entrevistado pela RFI.

Nada é por acaso na obra de Magritte. As discussões filosóficas se transformam em imagens. “Os Amantes” se beijam com as cabeças envoltas em um manto branco. “A Condição Humana” traz uma janela com uma paisagem verde ao fundo. Mas parte da natureza se funde com a imagem reproduzida no cavalete diante da janela, provocando questionamentos sobre realidade e ilusão. Em “Magia Negra”, uma mulher feito estátua é dividida em dois tons de cores: do torso para cima ela se funde com o céu, ela é inatingível. A parte de baixo tem tons mais realistas, mais pé no chão.

O mito da caverna, de Platão, é retomado com frequência. Como reagem as pessoas, nascidas no escuro, quando se veem diante da luz? As conjecturas filosóficas de Magritte também estão expostos em rascunhos e em cartas.

Magritte provoca questionamentos

Os visitantes não ficam indiferentes. Camille, estudante, diz: “A mostra traz à tona muitas questões, a gente sai da exposição com mais perguntas do que tínhamos ao entrar. Nem mexe tanto com as emoções, às vezes é até frustrante não conseguir decifrar o que o artista queria dizer. As sensações são às vezes desestabilizastes e até de mal estar.”

Para Martine, professora, exibia um ar confuso e reflexivo: “Eu concordo que saí meio desestabilizada. A gente se questiona sobre a realidade, a ficção, a imagem, a pintura, a conexão com a realidade. O efeito da exposição é de provocar muitas dúvidas e perguntas, é mesmo muito perturbador. “

“Magrite, A Traição da Imagem” fica em cartaz, no Centro Pompidou, de Paris, até 23 de janeiro de 2017.

Veja abaixo alguns dos quadros da exposição:

 

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