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“Jeitinho brasileiro abriu as portas dos museus franceses”, diz mecenas Sandra Hegedüs

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A curadora e mecenas paulistana, Sandra Hegedüs, tem se firmado como uma das figuras de peso na cena cultural europeia. Ela vive em Paris há mais de 25 anos, mais da metade de sua vida. Na capital francesa, ela começou nos anos 2000 a colecionar obras contemporâneas, com um especial interesse por artistas de países emergentes.

A curadora e mecenas brasileira, Sandra Hegedüs, nos estúdios da RFI.
A curadora e mecenas brasileira, Sandra Hegedüs, nos estúdios da RFI. RFI Brasil
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Em 2009, a brasileira lançou a Sam Art Projects, uma fundação sem sede e fins lucrativos, bancada com recursos próprios, para impulsionar artistas fora do eixo Europa-Estados Unidos. A ideia vingou, ganhou adeptos, e hoje Sandra tem espaço garantido no calendário do Palais de Tokyo, um dos templos parisienses de arte contemporânea, para expor as obras dos artistas contemplados pela Sam Art Projects. Sua energia na cena parisiense é tão grande que a crítica de arte do Le Monde, Roxana Azimi, a chamou de o "tornado brasileiro".

“A Sam Projetcts nasceu porque as pessoas iam na minha casa, viam obras de artistas brasileiros e não sabiam quem eram. Eu achei que tinha algo de errado nisso, que artistas tão consagrados lá não fossem conhecidos aqui. Um problema que existe para todos os artistas que veem de países que estão fora desse eixo”, conta Sandra Hegedüs.

Artistas fazem residência em Paris

Ela resolveu, então, “ajudar e dar visibilidade a esses artistas.” A Sam Projects “funciona com um comitê que escolhe e propõe artistas que vivem fora da Europa para uma residência aqui. Tem também um prêmio que a gente dá para artistas que moram na Europa e querem desenvolver projetos fora do continente”, explica a curadora. Até hoje, cerca de 30 artistas já foram beneficiados.O próximo residente é o brasileiro Rodrigo Braga, que expõe a partir de 1° de outubro, no Palais de Tokyo. A exposição integra a programação da Nuit Blanche e fica em cartaz até dezembro.

Sandra Hegedüs garante que conseguiu abrir as portas do Palais de Tokyo e de outros museus franceses, como o Louvre e o Museu de Arte Moderna de Paris, com “o jeitinho brasileiro. Falando sério, fui lá, perguntei e eles disseram sim!”

Instituições culturais públicas precisavam se abrir

A curadora diz que não encontrou resistência no meio cultural francês, em um país de tradição de políticas e programação cultural pública, porque chegou “num momento de transição, quando as instituições culturais públicas estavam precisando se abrir para a iniciativa privada. Foi o bom momento.”

Ela esclarece que não banca o projeto porque foi casada com um dos herdeiros da família Mulliez, uma das mais ricas da França. “Faz quatro anos que me separei e financio o projeto sozinha agora. Às vezes, quando o projeto precisa de parceria, eu vou buscar parceiros.”

E por fim, dá um conselho para quem quer começar uma coleção de arte: “compre com seus olhos, com seu coração e não com suas orelhas. Não porque alguém fala que tem que comprar alguma coisa. Compre o que você gosta. Siga seu instinto”.

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