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Rendez-vous cultural

Exposição sobre índios da Amazônia faz sucesso em museu da Suíça

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"Amazônia - o Xamã e o Pensamento da Floresta" é o nome de uma exposição em cartaz no Museu da Etnografia de Genebra (MEG), na Suíça. No total, mais de 300 objetos de tribos indígenas da região da Amazônia são exibidos na mostra, que também conta com fotografias, filmes e instalações, de artistas europeus e brasileiros. A exposição é a mais popular desde a abertura do Museu da Etnografia de Genebra, há dois anos: em apenas dois meses e meio, a mostra contabilizou mais de 50 mil visitantes.

Cartaz da exposição "Amazônia - o Xamã e o Pensamento da Floresta", no Museu da Etnografia de Genebra (MEG), na Suíça.
Cartaz da exposição "Amazônia - o Xamã e o Pensamento da Floresta", no Museu da Etnografia de Genebra (MEG), na Suíça. Musée d'ethnographie de Genève/Divulgação
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A mostra tem, ao todo, quatro partes, que resgatam a história das tribos amazônicas e abordam a importância do xamanismo na cultura indígena. A exposição exibe objetos que pertenceram a mais de 21 etnias e também trata de questões atuais das tribos.

"A primeira parte da mostra explica porque temos coleções indígenas em Genebra e fala das origens dos povos da Amazônia. Já a segunda parte da exposição é mais teórica e explica ao público o que é o xamanismo e quem são os xamãs. Em seguida, chegamos à maior parte da exposição, chamada de 'floresta', que exibe cerca de 350 artefatos e adornos indígenas, como plumas, cocares e colares. No final, a última parte do percurso convida o público a fazer uma reflexão mais contemporânea sobre as questões dos povos da Amazônia", explica o diretor do MEG e curador da exposição, Boris Wastiau.

Segundo ele, o objetivo da exposição é sensibilizar o público sobre as populações indígenas de uma parte da América do Sul, muitas delas baseadas no Brasil, que há cinco séculos sobrevivem à invasão dos colonizadores, a doenças exógenas, programas de "pacificação", evangelização e à imposição da cultura do "homem branco".

"Os índios são um exemplo para nós: são povos que resistiram e que têm uma resiliência extraordinária. Depois de cinco séculos de luta para não desaparecerem, conseguem manter sua cultura e suas tradições", avalia Wastiau. Para o diretor do MEG, "os índios mostram que é possível viver séculos em um mesmo local sem provocar danos maiores ao meio ambiente".

Apresentar cultura indígena aos europeus "é um desafio"

Wastiau, que viajou durante cinco anos pela América do Sul, acredita que apresentar a cultura de povos nativos de um outro continente ao público suíço é um desafio. Mas ressalta a impostância de falar sobre os problemas que as populações nativas da Amazônia continuam enfrentando: uma luta que, segundo ele, boa parte dos europeus desconhece.

"É verdade que houve melhorias na vida dos indígenas, sabemos que muitas leis foram modificadas para beneficiá-los e que algumas populações obtiveram vitórias, como a delimitação de suas terras. Mas os problemas continuam, a exemplo dos desentendimentos com os garimpeiros, a discórdia entre os índios e as grandes empresas devido às construções para a exploração de petróleo, a poluição de suas terras, etc. Claro, houve progressos, mas essa luta deve ter seguimento", avalia Wastiau.

A exposição "Amazônia - o Xamã e o Pensamento da Floresta" fica em cartaz até o dia 8 de janeiro de 2017. Além da mostra, outros eventos, como debates e encontros sobre o tema são realizados paralelos à mostra.

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