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Cultura brasileira

Grupo leva música pernambucana a igreja de Paris

A peça musical Povo Brasileiro: Contos do Nordeste foi apresentada na última sexta-feira (1°) na igreja Saint-Merry, no coração de Paris. Composto pelos grupos Contracantos e Contraventos, criados na Universidade Federal de Pernambuco, o espetáculo trouxe à capital francesa a cultura nordestina, com seus sons, danças e vestimentas típicas. É a terceira vez que a trupe se apresenta na França.

Grupos Contracantos e Contraventosse apresentaram espetáculo na igreja Saint-Merry, centro de Paris.
Grupos Contracantos e Contraventosse apresentaram espetáculo na igreja Saint-Merry, centro de Paris. Sarah Bazin / RFI
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Sarah Bazin, colaboração para a RFI

Uma das principais igrejas do bairro de Les Halles, a Saint-Merry é um ambiente de manifestações artísticas que vai além do catolicismo. O público foi aumentando aos poucos, com muita gente sendo atraída pelo canto que ecoava pelas ruas estreitas da região do Marais, e acabou lotando a frente do altar.

As músicas e danças foram do frevo ao maracatu, passando pelo forró, coco e cantos do candomblé. “A gente tenta fugir dessa cultura já massificada, só de samba e da mulata. Queremos mostrar um lado de raiz e da influência que outros povos tiveram na cultura pernambucana, como a música africana, indígena e também europeia”, diz Flávio Medeiros, diretor musical e de regência do grupo.

Luiz Kleber Queiroz diz que a intenção artística e cênica era de mostrar a complexidade da formação do povo brasileiro: “Pegamos essa salada que é o Brasil e fizemos um espetáculo que tivesse realmente a nossa cara. Nós pegamos vários compositores eruditos, que beberam da fonte popular, como Heitor Villa-Lobos e César Guerra-Peixe, e misturamos com as canções tradicionais como o coco e o maracatu”.

União de religiões em um espaço cristão

É a primeira vez que o grupo se apresenta no altar de uma igreja medieval, e o significado desse espaço fala alto ao coração dos organizadores do espetáculo. Para Queiroz é uma união do sacro e do profano, já que no repertório o grupo apresenta canções da religião católica até cantos do candomblé. “No fundo, tudo está interligado, são religiões, e nós termos a chance de fazer uma ligação entre essas culturas é algo fantástico”, disse.

Medeiros afirma que a cultura francesa parece ser mais aberta do que a brasileira em relação a esse tipo de manifestação cultural, onde se misturam religiões. “A França não tem essa riqueza tão grande de influências religiosas, e acredito que por isso temos uma enorme receptividade e uma grande admiração da plateia”.
O grupo veio à França com o aporte do prêmio do FUNCULTURA do governo do estado de Pernambuco. Contracantos e Contraventos também se apresentaram nas cidades de Grenoble e Lyon.

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