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Rendez-vous cultural

Aos 57 anos, Barbie ganha primeira grande exposição em Paris

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A boneca mais famosa do planeta é tema de uma mostra exclusiva no Museu de Artes Decorativas, em Paris. Alta, loira, olhos azuis, busto generoso e cintura de vespa, ela acabou se tornando um modelo de beleza e de consumo no imaginário de muitas mulheres ao redor do mundo, além de ícone da moda.

A boneca Barbie é tema de exposição em Paris e nos mostra a evolução da sociedade desde os anos 1950 até hoje.
A boneca Barbie é tema de exposição em Paris e nos mostra a evolução da sociedade desde os anos 1950 até hoje. MATTHIEU ALEXANDRE / AFP
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A exposição permite várias leituras, começando pela história do objeto em si, com peças a partir do século 18. A princípio, a boneca era um instrumento de visualização de modelos de roupas para estilistas de então, passando a frágeis objetos de decoração até virar um brinquedo.

A chegada da Barbie em 1959 mudou os parâmetros da função da boneca para a criança. “A ideia era de que a menina fosse mãe da boneca-bebê”, explica Fernanda Roveri, doutora em Educação e professora de ensino infantil em Campinas, São Paulo, autora de “Barbie na Educação de Meninas – Do Rosa ao Choque”.

 

“Mas a Barbie é uma mulher adulta e a menina deixa de ser mãe do brinquedo para ter um objeto para se espelhar, exemplo de elegância e beleza inatingíveis”, acrescenta a educadora.

Padrões de beleza de Barbie são irreais

A discussão sobre os padrões impostos foi grande quando a personagem completou 50 anos. O artista plástico americano Nickolay Lamm se inspirou para criar uma série de Barbies “realistas”, a partir de medidas de jovens de 19 anos.

A exposição em Paris conta que Barbie foi inspirada por uma boneca alemã. O que Fernanda Roveri descobriu em suas pesquisas de mestrado foi que a boneca em questão era na verdade um objeto erótico. Trazida para os Estados Unidos, ela passou por um processo para amenizar a sensualidade do modelo original, foi rebatizada e lançada.

O sucesso não foi imediato, afinal a América dos anos 50 ainda era puritana em muitos aspectos e a ideia de uma boneca com seios e corpo de adulta incomodava. Isso levou a fabricante Mattel a jogar pesado em uma campanha publicitária para transformar a Barbie em ícone de beleza e moda. Fernanda Roveri também lembra que a companhia americana é patrocinadora do evento em Paris.

Mas o lado glamour e o entretenimento também estão bem presentes na exposição. Meninas com olhares encantados e mulheres saudosistas de todas as idades lotam as salas e assistem a um desfile sem fim de Barbies de todos os estilos, vestidas inclusive pelas maiores grifes da moda, como Chanel, Dior, Jean Paul Gaultier e outros.

Barbie trabalha, faz cinema e inspira artistas

Outro painel mostra Barbies em várias profissões, inclusive astronauta, acompanhando a mudança dos tempos. O namorado Ken e Barbies representando outras etnias são coadjuvantes da festa colorida pelo tom rosa Barbie 219C do repertório de cores Pantone, referência cromática internacional.

Há também uma vitrine dedica às Barbies transvestidas em personagens emblemáticos do cinema, como Scarlett O’Hara, de E o Vento Levou, ou Elisa Doolittle, de My Fair Lady. A parte final da exposição mostra a influência da boneca no mundo das artes, inspirando artistas como o pop Andy Warhol.

A exposição Barbie fica em cartaz no Museu de Artes Decorativas até 18 de setembro.

 

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