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Rendez-vous cultural

Paris traz mostra “Quem tem medo de mulheres fotógrafas?”

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Duas exposições paralelas em Paris destacam a participação feminina na história da fotografia, dos primórdios – 1839 – até 1945. São mais de um século de imagens para mostrar a importância e o olhar da mulher no desenvolvimento do novo meio. E a importância da foto como instrumento de emancipação e subversão. Os eventos acontecem no Museu d’Orangerie (1839 a 1919) e no Museu d’Orsay (de 1918 a 1945). O nome da mostra conjunta é bem sugestivo: “Quem tem medo de mulheres fotógrafas?”

Christina Broom (1862 - 1939). As suffragettes em Londres
Christina Broom (1862 - 1939). As suffragettes em Londres © Christina Broom/Museum of London
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Thomas Galifot, curador do Museu de l’Orangerie, explica que o objetivo foi levantar a questão da incidência da identidade sexual na prática fotográfica. “A exposição tenta dar uma reposta à questão, com noções perimétricas, começando pelo ambiente doméstico, cenário bastante utilizado pelas inglesas, mas paralelamente temos também as profissionais francesas, que muito cedo já estão no mercado de trabalho”, explica.

A exposição é uma mina de informações e imagens, que mostram como a fotografia foi usada como um modo libertador e de expressão, seja como hobby ou profissão. É a primeira vez que a produção exclusivamente feminina das primeiras décadas ganha destaque na França, feitas por pioneiras, desconhecidas ou autoras esquecidas.

De imagens botânicas a engajamento político

Lady Frances Jocelyn (1820 - 1880)
Lady Frances Jocelyn (1820 - 1880) © Courtesy of Washington National Gallery of Art

As imagens vão de experimentos botânicos a cenas domésticas, com muito bucolismo, maternidade e beldades etéreas. Há também crianças angelicais em poses quase sugestivas, nus masculinos e femininos, além de exercícios de transvestismos. E finalmente, a fotografia engajada de guerra e de engajamento político.

“Achei interessante as fotos das crianças. Se fossem tiradas por um homem, elas seriam mal vistas, pois há uma pitada de erotismo. Mas uma vez que foram tiradas por uma mulher, é interessante”, diz um entrevistado. “É um outro olhar. Gostei também do fato de as mulheres terem usado a fotografia para a causa feminina, também como instrumento para sair de casa, do lar. As primeiras fotos são dentro da casa, mas aos poucos elas vão saindo, acompanhando a emancipação feminina e a fotografia contribuiu para esse passo”, completa.

Segunda parte traz nomes consagrados

A segunda parte de “Quem tem medo de mulheres fotógrafas?” acontece no Museu d'Orsay, do outro lado do rio Sena, cobrindo de 1918 a 1945, período em que as mulheres já são protagonistas confirmadas, explorando e continuando a quebrar paradigmas, de uma guerra mundial a outra. Com nome e sobrenome, elas são sinônimo de rebeldia e vanguarda: Lee Miller, Dora Maar, Germaine Krull, Dorothea Lange e muitas outras.

“Quem tem medo de mulheres fotógrafas?” fica em cartaz até 24 de janeiro, em Paris, e tem parceria da RFI.
 

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