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Polônia/Justiça

Polônia rejeita extraditar Roman Polanski para os EUA

A justiça polonesa recusou nesta sexta-feira (30) extraditar para os Estados Unidos o cineasta franco-polonês Roman Polanski, de 82 anos. Acusado de estuprar uma menor em 1977, na Califórnia, o consagrado diretor de cinema teria aguardado a decisão dentro de um avião em Cracóvia, para deixar imediatamente o país em caso de decisão desfavorável

O cineasta Roman Polanski.
O cineasta Roman Polanski. Reuters/ Jean Blondin
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O juiz do Tribunal de Cracóvia, Dariusz Mazur, informou à imprensa a decisão de não aceitar ao pedido de extradição feito pelas autoridades dos Estados Unidos. O veredito, no entanto, não é definitivo. A promotoria que representa a parte americana no caso pode recorrer da decisão.

Neste caso, segundo o porta-voz do tribunal, a Corte de Apelações poderá manter a decisão, mudar ou pedir uma nova análise para o tribunal de primeira instância.

Os Estados Unidos encaminharam à Polônia o pedido de extradição de Polanski em janeiro, após uma aparição pública dele em Varsóvia. O diretor de "O Bebê de Rosemary" e "Baile dos Vampiros" vive atualmente na França.

O avião de Polanski

Segundo a imprensa polonesa, Polanski estava em Cracóvia e aguardou o veredito a bordo de um avião fretado no aeroporto da cidade. Sua intenção seria deixar imediamente a Polônia se o tribunal decidisse por sua extradição.

De acordo com a lei polonesa, cabe a um tribunal decidir sobre o pedido de extradição. Caso um recurso em uma instância superior da justiça for aceito, a decisão final é do ministro da Justiça.

O ex-ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, eleito recentemente deputado pelo partido conservador Direito e Justiça, vencedor das eleições legislativas, defende a extradição do cineasta. "A pedofilia é um mal que deve ser combatido", disse.

Segundo Ziobro, qualquer que seja o futuro ministro da Justiça a ser nomeado pelo novo governo, ele deverá autorizar a extradição de Polanski, se o caso parar nas suas mãos.

Roman Polanski (dir.) e seu advogado Doug Dalton (esq.) na saída do Tribunal de Santa Monica, Califórnia, em 20 de maio de 1977.
Roman Polanski (dir.) e seu advogado Doug Dalton (esq.) na saída do Tribunal de Santa Monica, Califórnia, em 20 de maio de 1977. Reuters/Mike Mullen

Denúncia de abuso sexual

Em 1977, na Califórnia, Roman Polanski, na época com 43 anos, foi acusado de ter estuprado Samantha Geimer, uma menina de 13 anos.

Ele foi liberado após pagamento de fiança, depois de ter ficado 42 dias na prisão.

O cineasta, que reconheceu ter mantido "relações sexuais ilegais" com a menor, fugiu dos Estados Unidos com medo de receber uma pena pesada.

Na Polônia, seus advogados de defesa alegaram que o pedido de extradição das autoridades americanas não tinha fundamento porque o cineasta já havia feito um acordo com a justiça americana.

O acordo, aceito pelo procurador e pelos adogados da vítima, estabeleceu que Polanski já havia cumprido sua pena.

Livre para circular

Na primeira audiência, em 25 de fevereiro, o cineasta franco-polonês passou nove horas a portas fechadas prestando esclarecimentos à justiça.

No dia 22 de setembro, seus advogados apresentaram novos documentos ao tribunal, com análises de especialistas e testemunhas ouvidas durante processos anteriores nos Estados Unidos e na Suíça.

Roman Polanski pode circular livremente porque nenhuma medida preventiva foi adotada contra ele na Polônia.

 

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