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Rendez-vous cultural

Em Paris, atriz brasileira é protagonista em peça sobre crise conjugal

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“Une Laborieuse Entreprise”, algo como “Tarefa Árdua”, é uma peça sobre um homem e uma mulher, casados há mais de 30 anos. Os filhos já cresceram e foram embora, criando espaço para frustrações e ressentimentos. O texto é do dramaturgo isralense Hanokh Levin (1943-1999). O espetáculo está em cartaz em Paris, com direção de Myriam Azencot, no Théâtre de Poche Montparnasse, até final de novembro, em montagem da companhia L’Ongle du Serpent.

A atriz brasileira Luciana Velloci Silva em cena do espetáculo “Une Laborieuse Entreprise”.
A atriz brasileira Luciana Velloci Silva em cena do espetáculo “Une Laborieuse Entreprise”. Reprodução Youtube
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No elenco, o toque brasileiro fica por conta de Luciana Velloci Silva, que é atriz na França há 15 anos. Integrante da mítica companhia Théatre du Soleil, de Ariane Mnouchkine, ela vive Leviva Popokh. Já o marido, Yona Popokh, é interpretado por Yann Decéné, companheiro de Luciana na vida real. Um terceiro personagem, o vizinho Gunkel (Cédric Revollon), é o catalisador que vai chacoalhar ainda mais a relação do casal.

Myriam Azencot, que também veio do Théâtre du Soleil, conta que o texto original se passava junto a um trailer onde moram os personagens. Na montagem atual, os espectadores estão dentro do trailer. “Tivemos que trabalhar as distâncias, estamos quase na cama do casal, então para os atores é proibido enganar, é preciso ser sincero, qualquer falha fica muito visível para o espectador”.

Montagem traz "cacos" em português

O texto é violento. Yona diz para a mulher: “Eu te olho e tenho vontade de vomitar. Você pesa no meu estômago como peixe podre. Esse é o resumo da minha vida com você.” Leviva solta alguns cacos em português: “sopa de macarrão”, “eu vou me matar”. A brincadeira foi resultado de ensaios em que a diretora pediu que a atriz interpretasse sua parte em português, para testar a inflexão e a tonalidade.

Luciana conta que a maquiagem e o figurino também fazem parte da transformação dos personagens. Em cena, ela é uma mulher sem muita vaidade, exagerada. O marido, idem. Já o vizinho é patético, com grandes olheiras. Depois da apresentação, fora do palco e fora dos personagens, conversando com o público, os atores são simpáticos e charmosos.

Além de fazer parte da Companhia L’Ongle du Serpent, Luciana também participa das produções do Théâtre du Soleil. E avisa que os ensaios para uma nova produção de Ariane Mouchkine vão começar em breve.
 

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