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Rendez-vous cultural

Mostra em Paris propõe mergulho no mundo artístico do Congo

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É uma das exposições mais faladas da temporada em Paris, com fama garantida pelas excelentes criticas da mídia e do boa-a-boca. Trata-se de Congo Kitoko, ou Congo Beleza, sobre 90 anos de arte na República Democrática do Congo, em cartaz na Fundação Cartier para a Arte Contemporânea, até o dia 15 de novembro.

Exposição Kitoko sobre os 90 anos de arte na República Democrática do Congo.
Exposição Kitoko sobre os 90 anos de arte na República Democrática do Congo. © Luc Boegly
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A mostra traz um apanhado da produção atual, assim como uma retrospectiva da pintura dos anos 20 e apresentação de artistas precursores. Isso sem esquecer da música, que acompanha o movimento em paralelo.

André Magnin é o curador da mostra e fala sobre Congo Kitoko:

“Eu procurei com esta exposição propor uma grande viagem. Cada um pode se apropriar das obras da sua maneira, seguindo seu gosto. A exposição nasceu após varias viagens ao Congo. Pouco a pouco fui me dando conta da riqueza da historia da arte no país. É um lugar onde a cena musical, da dança, da literatura, da performance, da pintura, da escultura, da foto, do vídeo, tudo acontece paralelamente. Eu quis traduzir essa riqueza, essa diversidade cultural com a exposição Congo Kitoko – Congo Beleza.”

Arte para questionar questão colonial

A pesquisadora Emi Koide é pos-doutoranda da Unifesp - departamento de História da Arte - e bolsista da Fapesp. Ela pesquisa a representação da história do Congo na arte contemporânea.

“Eu fui para Kinshasa no final do ano passado, bem no período da primeira bienal, para coletar dados da pesquisa, ou seja, não so encontrar artistas congoleses, sobretudo de Kinshasa, que não são tão conhecidos e nem circulam tanto internacionalmente, assim como ter contato com pesquisadores e críticos de arte locais. Eu percebi que há uma variedade muito grande de tipos de produção do que a gente a denomina de arte contemporânea, A gente também pode questionar o que seria essa espécie de classificação, se ela é valida para que tipo de obra, em que contexto, no que isso tem a ver com a questão do mercado de arte que é regulado sobretudo pelo Ocidente. Mas é uma cena muito variada, onde se pode encontrar tanto o que é denominado como pintura popular quanto artistas que trabalham com instalação, performance, fotografia e assim por diante.”

Entre os artistas que ela pesquisa estão Sammy Baloji, fotógrafo e videasta, que recupera arquivos fotográficos ligados à questão da história colonial e pós-colonial, trabalhando com montagens. “Há também Kiripi Katembo, que faleceu recentemente, que tinha um belo trabalho fotográfico, além de ser produtor e encorajador das artes no Congo”, diz. A pesquisadora cita ainda Chéri Samba, na pintura popular e Bodys Isek Kingelez, autodidata na “dita” arte contemporânea.

“Congo Kitoko, Congo Beleza, 1926 a 2015”, fica em cartaz na Fundação Cartier, de Paris, até 15 de novembro de 2015.

 

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