Filme com sexo explícito provoca controvérsia em Cannes

Anunciado como um dos grandes momentos do Festival de Cinema de Cannes, o filme « Love » (« Amor »), do argentino Gaspar Noé foi o assunto do dia, nesta quinta-feira (21). A exibição, na última madrugada, muito concorrida e com muita gente que ficou de fora, terminou por volta de três da manhã. Na tela, muitas cenas explícitas de sexo, orgias, close-ups e ejaculações.

Cartaz do filme "Love", de Gaspar Noé DR

O filme é sobre um jovem americano em Paris, Murphy, que relembra uma intensa história de amor. « Durante anos, eu sonhei em fazer um filme que reproduzisse fielmente a paixão de um jovem casal apaixonado, com todos os excessos físicos e emocionais », explicou Noé antes da première em Cannes.

A sessão da madrugada teve aplausos de pé, mas muitos críticos não se convenceram pelo amor em 3D do cineasta baseado em Paris, achando as cenas de amor longas demais. “Como sexo ruim, que não acaba nunca”, declarou a revista White Lies. Para o jornal britânico The Guardian, o filme é “absurdo e mal interpretado”. O francês Libération acusa Noé de ser narcisista e de querer perturbar o mundo. Comentários nas redes sociais também reclamam de “tédio” causado pelas cenas de sexo.

Violência na tela

Nascido na Argentina, Noé, de 51 anos, vive há quase 40 na França. Seus filmes, marcados principalmente pela violência, nunca deixam a plateia indiferente, como em « Sozinho Contra Todos », prêmio da Semana da Crítica de Cannes, em 1998. Já « Irreversível », de 2002, chocou com uma longa cena onde a personagem de Monica Bellucci é violentamente estuprada numa passarela subterrânea do metrô parisiense.