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Rendez-vous cultural

Para festejar 50 anos, Théâtre du Soleil revive maldição de Macbeth

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O Théâtre du Soleil, o Teatro do Sol, a mítica trupe de teatro criada pela francesa Ariane Mouchkine completa 50 anos. E para comemorar a data, o grupo abre temporada lotada desde o primeiro espetáculo para uma nova aventura: Macbeth, de Shakespeare.

Fotos do espetáculo Macbeth
Fotos do espetáculo Macbeth © Michèle Laurent
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A viagem começa já a caminho do teatro, a partir do Castelo de Vincennes, a leste de Paris. Um ônibus do teatro leva os espectadores pelo bosque até chegar à Cartoucherie, antigo arsenal do exército transformado em complexo teatral, com três salas. Uma delas abriga o Théâtre du Soleil, galpão com restaurante e o palco mágico.

Diante do palco, as arquibancadas. Sob os assentos, um camarim gigante para os 42 atores em cena. Cortinas translúcidas, com aberturas recortadas, convidam o público a espiar os atores em plena transformação.

O espetáculo vai começar, estamos em plena guerra. Ao invés da Escócia medieval, o cenário remete a guerras contemporâneas, a problemas atuais. Assim como a ganância dos personagens fazem lembrar ditadores e líderes de hoje.

Marca registrada do Théâtre du Soleil, os muitos coadjuvantes trabalham em sincronia para as múltiplas mudanças de cenário. Outro elemento obrigatório é o músico Jean-Jacques Lemêtre, em seu espaço no canto direito do palco, com seus longos cabelos e barbas brancas, cercado por uma parafernália de instrumentos. Responsável pela música dos espetáculos da trupe desde 1979, ele acompanha o desenrolar da peça, tocando, fazendo ruídos, entretido em seu pequeno estúdio de sons.

Experiência de vida e de palco

A emocionante saga de um homem corroído pela sede do poder dura três horas que passam rápido. Depois do espetáculo, os atores brasileiros se reúnem para falar com a RFI Brasil em uma mesa. Eles falam sobre o grande sonho de fazer parte de uma das companhias de teatro mais conhecidas do mundo.

 

Para Ana Amélia, do Rio, é uma grande responsabilidade e um aprendizado diário. Camila, de São Paulo, conta que o objetivo de participar do grupo era uma meta, que agora ela vive plenamente. Miguel, carioca, fala sobre os dois ritmos diferentes de um espetáculo: os ensaios, que são a fase de pesquisa e descoberta; e a encenação, que se torna um aprimoramento a cada noite. Susana, de Campinas, viu um espetáculo do Théâtre no Brasil, há oito anos, quando tinha 18, e naquele momento soube que era o que queria fazer da vida.

Luciana, de Taquaritinga, São Paulo, fala sobre a generosidade de Ariane Mouchkine: “com ela aprendemos tudo, ela é tão generosa e genial que nos surpreende a todo momento – aqui é
uma escola da vida”. Aline, de São Paulo: “entender o teatro através do Théâtre du Soleil e a forma de trabalhar do grupo é uma nova aventura”.

Já Juliana Carneiro, no grupo há 24 anos, mais tempo de trabalho falando francês do que em português, é um dos elos da companhia com o Brasil. Ela vive a principal das três feiticeiras que profetizam o futuro de Macbeth e depois um médico na segunda parte. Ela conta que no início, via a peça com ares mais sombrios, medievais, mas que aos poucos foi se dando conta da força atemporal da obra de Shakespeare.

Macbeth, com tradução e direção de Ariane Mouchkine, fica em cartaz no Théâtre du Soleil até o dia 13 de julho, com lotação completa. Para conferir a reportagem completa clique em “Ouvir”.
 

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