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Cinema/Religião

Noé estreia no Brasil em meio a polêmicas religiosas

Estreia nesta quinta-feira (3) no Brasil o filme épico Noé, baseado na história bíblica do dilúvio que durou 40 dias e 40 noites. Mas a saga da arca que salva animais tem provocado ao redor do mundo uma inundação de críticas à produção, dirigida por Darren Aronofsky (Cisne Negro). O ator Russel Crowe, que interpreta o protagonista, e que estava no Rio de Janeiro para o lançamento brasileiro da obra, chegou a tentar ter uma audiência com o papa para falar do projeto.

Filme baseado no relato Bíblico do Livro de Gênesis sobre a vida de Noé protagonizado pelo ator Russel Crowe, “Noah”.
Filme baseado no relato Bíblico do Livro de Gênesis sobre a vida de Noé protagonizado pelo ator Russel Crowe, “Noah”.
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Enviada especial ao Rio de Janeiro

A história do dilúvio ocupa apenas quatro capítulos do livro de Gênesis, no Velho Testamento. Mas já foi cantada em prosa e verso por Vinicius de Morais e é ilustrada em uma enxurrada de livros infantis. Porém, foi ao chegar aos cinemas numa versão hollywoodiana que gerou polêmica e uma inundação de críticas ao redor do mundo. A aventura bíblica, que custou 130 milhões de dólares, provocou discórdia em grupos religiosos cristãos, judeus e muçulmanos e já foi banida no Catar, Bahrein, Kuwait, Indonésia e nos Emirados Árabes. A proibição está relacionada a uma representação imprópria do profeta, que iria contra as doutrinas e valores islâmicos.

O ator Russel Crowe, que interpreta o protagonista, esteve no Rio de Janeiro para lançar o filme e comentou esse dilúvio de críticas. "Perde-se a oportunidade de estimular a discussão, que é o melhor desse filme. Discutir se Noé tinha ou não fé, por exemplo. Quando as pessoas veem o filme, elas saem já querendo ler a Bíblia para fazer a comparação. Não é uma surpresa para nós o filme ter sido proibido", comentou.

O astro, famoso pela interpretação em "Gladiador" (2000), queria um encontro particular com o papa Francisco para mostrar o filme, mas teve que se contentar com a audiência semanal pública na praça São Pedro. Estavam com Crowe o diretor Darren Aronofsky (Cisne Negro), o produtor Scott Franklin e o vice-presidente dos estúdios Paramount, Rob Moore. "Noé" já causou irritação também em algumas instituições católicas por sua caracterização do personagem bíblico.

Preparação

O ator contou que leu várias versões da história e teve que se preparar fisicamente durante seis meses para poder dar vida ao profeta, retratado como vegetariano e ativista ambiental. A missão dele é salvar os animais e não a humanidade, pois a vontade de Deus seria começar novamente tudo do principio.

Apesar de estar com a arca cheia, todos os animais foram criados em computação gráfica e assim como Noé, Russel declara seu amor aos bichos. "Eu adoro animais, tenho uma conexão espiritual com eles. Acho que os gados que crio na minha fazenda na Austrália são os mais bem tratados no mundo. Se os homens tratassem melhor os animais, teríamos uma sociedade muito melhor".

Como toda boa polêmica, o filme já deu os resultados na bilheteria. Foi o líder nos Estados Unidos no último final de semana, quando estreou. Arrecadou 44 milhões de dólares, quase 50% a mais do que o previsto. Ao redor do mundo o faturamento já chega a 95 milhões de dólares.

A adaptação bíblica também conta com Anthony Hopkins, Emma Watson e Jennifer Connelly.
 

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