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Reino Unido/ literatura

Nobel de Literatura, escritora Doris Lessing morre em Londres

A romancista britânica Doris Lessing, uma das escritoras mais importantes da língua inglesa do século XX e prêmio Nobel de Literatura em 2007, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o agente dela, Jonathan Clowes. Nascida em 22 de outubro de 1919 em Kermanshah, na Pérsia - hoje Irã -, Lessing escreveu mais de 50 livros, uma obra que fez dela um ícone de marxistas, anticolonialistas, militantes anti-apartheid e feministas.

Autora de mais de 50 livros, Lessing foi foi a 11ª mulher a conquistar o prêmio Nobel de Literatura.
Autora de mais de 50 livros, Lessing foi foi a 11ª mulher a conquistar o prêmio Nobel de Literatura. REUTERS/Toby Melville/Files
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"Ela se foi em paz em sua casa em Londres nesta manhã", declarou Clowes, agente e amigo da autora. "Ela era uma romancista magnífica, com um pensamento fascinante e original. Foi um privilégio trabalhar com ela e vamos sentir imensamente a sua falta", acrescentou.

Ao conceder a ela o Prêmio Nobel, a Academia Sueca considerou Doris Lessing "uma autora de contos épicos da experiência feminina que, com ceticismo, ardor e uma força visionária, analisa uma civilização dividida". Ela foi a 11ª mulher a conquistar a badalada premiação.

A reação da escritora ao anúncio foi um capítulo à parte na história da premiação."Oh Jesus", murmurou, ao deixar com dificuldade um táxi com suas compras, ao saber da notícia da boca de vários jornalistas que a aguardavam em frente a sua casa em West Hampstead, na zona norte de Londres.

Doris Lessing é filha de um antigo oficial do Exército britânico, que também foi banqueiro antes de emigrar novamente para a Rodésia, atual Zimbábue, onde teve uma fazenda. Assombrada por sua infância na África, guiada por seu engajamento político e anti-apartheid, ela concebeu uma obra eclética que chegou a levá-la até a ficção científica.

"O carnê dourado", seu livro mais conhecido, publicado em 1962, conta a história de uma escritora bem sucedida que tem quatro diários: um negro para a sua obra literária, um vermelho para suas atividades políticas, um azul no qual tenta encontrar a verdade através da psicanálise e um amarelo para sua vida particular. No quinto, um caderno dourado, ela deve fazer uma síntese impossível de sua vida.

Entre suas outras obras estão principalmente "Going Home" (1957), no qual ela denuncia o apartheid na África do Sul, e "The good terrorist" (1985), sobre um grupo de jovens revolucionárias da extrema-esquerda.
 

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