Morre o poeta irlandês Seamus Heaney, vencedor do prêmio Nobel
Seamus Heaney, poeta irlandês que recebeu em 1995 o prêmio Nobel de Literatura, morreu nesta sexta-feira, 30 de agosto de 2013, aos 74 anos. Ele estava internado em um hospital de Dublin.
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Nascido na Irlanda do Norte, Seamus Heaney é autor de uma obra poética em 12 volumes que mescla a evocação sensual da natureza e da cultura celta à violência política da Irlanda.
Segundo o comunicado da família divulgado por sua editora, Faber and Faber, o poeta morreu depois de ter ficado doente por um curto período.
Entre suas obras estão "Death of a Naturalist", publicado em 1966, "The Spirit Level", "District and Circle", e uma elogiada tradução do antigo poema épico anglo-saxão "Beowulf".
Mais velho de uma família de nove crianças, Seamus Heaney nasceu no dia 13 de abril de 1939 em uma fazenda em Mossbawn, no condado de Londonderry, e sua poesia traduzia a nostalgia de uma infância rural, com suas paisagens e seus odores.
Ele foi o poeta irlandês mais celebrado desde William Butler Yeats, prêmio Nobel de Literatura em 1923. Nascido no ano da morte de Yeats, Heaney morreu em Dublin perto da casa onde o mesmo Yeats havia nascido.
O talento do poeta foi logo reconhecido pelos críticos. Heaney ensinou poesia na universidade de Oxford e retórica e eloquência em Harvard.
Ao entregar a ele o prêmio de Literatura, o comitê do Nobel havia elogiado "uma obra de beleza lírica e de profundidade ética, que exalta os milagres do cotidiano e o passado vivo".
"Para nós, Seamus Heaney era o guardião da língua, de nossos códigos, da essência do povo", declarou o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny.
Nascido em meio às tensões entre católicos e protestantes em uma província dividida, Heaney deixou a Irlanda do Norte em 1972, no ápice do conflito entre as duas comunidades, e acabou se instalando em Dublin.
Quando um editor de Londres pediu para publicar suas obras em uma antologia de poesia britânica, ele respondeu: "Não fique surpreso que eu recuse. Meu passaporte é verde (cor da Irlanda) e na minha casa nunca bebemos à saúde da rainha".
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