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Rússia/Brexit

Reino Unido acusa Rússia de influenciar Brexit pelo Facebook

Depois das acusações dos Estados Unidos pós-campanha presidencial, o Reino Unido procura descobrir se a Rússia teria liderado uma campanha de influência que favoreceu o Brexit, por meio das redes sociais. O Facebook se encontra na mira de Westminster nesta quinta-feira (26).

Protesto solitário contra o Brexit em área comercial de Londres, no Reino Unidos, em 19 de outubro de 2017.
Protesto solitário contra o Brexit em área comercial de Londres, no Reino Unidos, em 19 de outubro de 2017. REUTERS/Peter Nicholls
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Muriel Delacroix, correspondente da RFI em Londres

No Reino Unido, uma comissão parlamentar enviou nesta quinta-feira uma carta ao presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, para investigar se a publicidade direcionada ou as falsas contas de usuários russos na rede social tiveram impacto nos dois últimos grandes pleitos do país: o referendo sobre o Brexit, em 2016, e as eleições legislativas, em junho de 2017.

Os parlamentares britânicos exigem que a rede social "forneça detalhes de qualquer publicidade e página comprada ou criada por contas relacionadas com a Rússia". O objetivo é catalogar exemplos de páginas ou propagandas pagas e descobrir quanto dinheiro foi investido para promovê-las, além de com que frequência elas foram vistas e quantos usuários foram atingidos entre os 32 milhões de pessoas que utilizam o Facebook no Reino Unido.

Como de praxe, o Facebook prometeu responder ao pedido dos parlamentares britânicos após exame detalhado. O prazo para entregar o resultado final dessa avaliação é 7 de novembro, um mês de grande movimento para esta rede social. O Facebook deverá testemunhar, em 1° de novembro, no Congresso dos Estados Unidos, em uma investigação sobre a possível influência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, vencidas por Donald Trump.

O Facebook já revelou que centenas de contas falsas provavelmente ativadas da Rússia foram usadas para comprar propagandas para alimentar as tensões políticas nos Estados Unidos antes e depois das eleições. Em sua defesa, a rede social lembra que melhorou seu software em janeiro para localizar informações falsas mais facilmente.

Política de avestruz

Mas a maior rede social do mundo também está enfrentando críticas internas de ex-funcionários, que acusam suas equipes de “fazer a política do avestruz” contra os excessos da plataforma virtual.

O Facebook não é o único a ser criticado por sua falta de capacidade de resposta. Jornalistas e figuras políticas do Reino Unido estão denunciando publicamente o fato do governo de Theresa May não ter achado oportuno pedir aos serviços secretos que apurasse o problema. Ao contrário dos Estados Unidos, que investigam uma possível interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

Somente a mídia britânica e a comissão eleitoral, preocupados com a falta de reação do principal movimento da oposição, o Partido Trabalhista, tentam investigar com mais profundidade a questão, apesar dos recursos extremamente limitados.

Por um lado, imprensa e parlamentares britânicos suspeitam que o governo conservador, que se comprometeu a realizar o Brexit, ignora conscientemente possíveis ações de ingerência da Rússia no referendo. Por outro lado, também desconfiam que Jeremy Corbyn, líder da esquerda, não deseje criticar a Rússia de Vladimir Putin.

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