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Saúde em dia

Bijuteria francesa salva vidas e facilita atendimento de emergência

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Conheça a pulseira e os colares franceses de "identidade médica", um conceito que acaba de chegar à França e tem conquistado cuidadores e pacientes.  

As pulseiras de "identidade médica" da empresa ID Vie, que trazem informações essenciais sobre a saúde dos pacientes.
As pulseiras de "identidade médica" da empresa ID Vie, que trazem informações essenciais sobre a saúde dos pacientes. (Foto: Divulgação/Facebook)
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Aos 50 anos, a publicitária francesa Corinne Boy-Revel queria dar uma guinada na vida profissional. Foi procurando um objeto na Internet que a ajudasse a cuidar de sua mãe, que sofria do Mal de Alzheimer, que ela teve a ideia de criar uma joia com as todas as informações médicas e pessoais fundamentais para a sobrevivência do paciente.

Dessa ideia nasceu, em 2014, ID Vie, uma proposta simples que conquistou pacientes e profissionais da saúde na França. “Minha mãe de 80 anos tinha Alzheimer e vivia sozinha. A partir de um certo momento, ela começou a se perder, esquecer seu endereço. Um dia passei muito medo e percebi que, quando minha mãe saía de casa, ela deveria ter meu contato com ela de maneira bem acessível, não perdido dentro da bolsa”, conta.

“Pensei um pouco e cheguei à conclusão que o melhor seria que ela usasse uma bijuteria onde eu pudesse gravar meu celular. Dessa maneira, quando ela se perdesse, poderiam me ligar imediatamente e isso evitaria essa angústia permanente, para ela, de ficar horas perdida na delegacia ”, diz. Corinne não achou nada parecido na França, mas descobriu que o produto já existia nos Estados Unidos, Austrália e Canadá, mas “menos adaptado ao gosto francês’”, diz. Uma maneira para ela, também, de dar continuidade à história vivida com sua mãe, que faleceu ao mesmo tempo que ela criava a empresa.

Objeto "desconectado"

Na contramão das tendências tecnológicas, as joias criadas por Corinne são “desconectadas”, como ela gosta de qualificá-las. “Esse é um dos diferenciais. O produto é feito para acelerar o tempo entre a emergência e a chegada dos bombeiros ou ambulância. Não precisa de wifi, 4G, de nenhum comando. As informações essenciais, escolhidas pelos pacientes ou sua família, estão gravadas diretamente na joia”, explica Corinne.

Os materiais e preços variam. As pulseiras ou colares de prata e ouro são fabricadas na França e o restante importado da Ásia. Corinne percebeu a necessidade do mercado em inúmeras entrevistas feitas com bombeiros, pronto-socorros, motoristas de ambulâncias, enfermeiros e cuidadores. Todos diziam que, em caso de acidente ou incidente, eles podiam agir mais rapidamente e entrar em contato diretamente com familiares ou responsáveis sem fazer uma manipulação “extra”.

“O princípio dessa bijuteria é propor braceletes ou colares de identidade médica, gravados com informações essenciais em caso de primeiros-socorros e sem a possibilidade de se comunicar porque estaremos inconscientes, confusos, ou simplesmente porque não falamos a língua do país”.

Os clientes são pacientes com doenças crônicas graves, como Alzheimer ou Diabetes 1 e 2, câncer ou epilepsia, cadeirantes, mas também pessoas com alergias alimentares ou a medicamentos, como a penicilina ou a morfina. Mas não só: crianças pequenas e também atletas amadores e profissionais, que correm maratonas ou praticam outros esportes radicais.

Depoimentos

Corinne conta ter muitos clientes diabéticos, que podem passar mal sem que os outros percebam. “Temos um cliente que depende de insulina e que nos ligou um dia para contar que tinha saído à noite, passou mal, e as pessoas acharam simplesmente que ele estivesse bêbado, sentado no sofá, sem que ninguém viesse vê-lo. Alguém chegou, viu que ele tinha uma pulseira, era diabético, e rapidamente chamaram uma equipe de emergência”, diz.

Outra história, lembra, é a de um bombeiro que também ligou para a empresa porque havia socorrido um acidentado que usava uma pulseira. Ou ainda um pai que achou seu filho em um parque de diversões graças ao objeto. “As pessoas que encomendam são de todas as idades e condições sociais. É uma bijuteria mas nós também quisemos que seja bem acessível”.
 

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