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Saúde

Epidemia de tuberculose é mais grave do que se pensava, alerta OMS

Com 10,4 milhões de contaminados em 2015, a epidemia de tuberculose é mais grave do que se pensava até agora. O alerta vem do relatório anual publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (13). O documento também chama a atenção para a “carência de fundos” destinados à pesquisa em busca de uma vacina.

Número de casos de tuberculose é maior que o previsto
Número de casos de tuberculose é maior que o previsto Carol Garcia / AGECOM
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A cifra anunciada pela OMS supera amplamente a do relatório anterior, que apontava para 9,6 milhões de infectados em todo o mundo. O estudo também indica que 1,8 milhão de pessoas morreram vítimas da doença em 2015 – 300 mil a mais do que no ano anterior.

"A luta para alcançar nossos objetivos mundiais no combate à tuberculose é cada vez mais difícil", afirmou a diretora da organização, Margaret Chan. "Teremos que aumentar substancialmente nossos esforços", ressaltou.

A meta da OMS é reduzir o número absoluto de mortes por tuberculose em 35% e de contágios em 20% até 2020, com relação aos números de 2015. Já o objetivo para 2030 é diminuir em 90% a quantidade de mortos por tuberculose e em 80% os infectados.

Quase metade dos infectados não foram diagnosticados

A tuberculose é provocada por uma bactéria, o bacilo de Koch, que na maioria dos casos se aloja nos pulmões, destruindo o órgão gradativamente. Segundo as estatísticas, dois em cada cinco infectados não foram diagnosticados, e por isso podem espalhar a doença, transmitida por via aérea. Além disso, meio milhão de pessoas têm formas de tuberculose resistentes aos antibióticos, de acordo com a OMS.

Para a ONG Médicos sem Fronteiras, esse relatório "é um alerta para mudar o status quo na forma de diagnosticar e tratar a tuberculose e suas formas resistentes".

Falta de recursos

A escassez de recursos também é um problema crônico no combate à doença. Entre 2005 e 2014, os fundos disponíveis alcançaram apenas US$ 700 milhões por ano. São necessários US$ 2 bilhões para a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos antituberculosos, segundo o informe.

É preciso "incrementar o investimento agora ou simplesmente não conseguiremos erradicar uma das doenças mais antigas e mais mortais do mundo", disse Ariel Pablos-Mendez, um dos encarregados da Agência americana para o desenvolvimento internacional (USAID, na sigla em francês).

Índia subestimada

As cifras sobre as dimensões da epidemia foram revistas para cima principalmente porque os pesquisadores se deram conta de que as estimativas da Índia, entre 2000 e 2015, eram muito baixas. Junto com os indianos, outros cinco países representam 60% dos novos casos: Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Habitualmente vinculada à pobreza e condições de vida insalubres, a tuberculose continua sendo uma das principais doenças mortais do mundo, embora em um período de 15 anos, o número de mortes tenha caído 22%. No entanto, para alcançar os objetivos estabelecidos pela comunidade internacional, as infecções teriam que diminuir entre 4% e 5% por ano, três vezes mais rápido do que diminuem atualmente.

(Com informações da AFP)
 

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