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Parteiras francesas ganham mais responsabilidades e revoltam médicos

Na França, as parteiras conseguiram algumas funções extras que, antes de 5 de junho deste ano, eram apenas de responsabilidade de médicos ginecologistas e obstetras. Entre as funções estão o acompanhamento da gestante, como vacinação, ecografias, exames do feto, contracepção e aborto, além do acompanhamento pós-parto caso este tenha ocorrido normalmente.

Uma parteira conversa com uma mãe na maternidade de Bordeaux
Uma parteira conversa com uma mãe na maternidade de Bordeaux JEAN-PIERRE MULLER / AFP
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Sarah Bazin, colaboração para a RFI

As associações dos ginecologistas e obstetras franceses fizeram um comunicado se opondo a essa nova permissão de atividades. A maior polêmica é o fato de as parteiras poderem praticar o aborto por via de medicamento (até sete semanas de gravidez), que é legalizado no país há mais de trinta anos, mas que era apenas de responsabilidade dos ginecologistas.

No comunicado, as associações repudiam as novas atribuições dadas pelo governo francês e dizem que [a campanha] “sugere que consultar uma parteira seria idêntico a consultar um médico especializado, apesar de os níveis de formação e competências estarem longe de serem os mesmos”.

Para os médicos, essas novas medidas representariam “uma insegurança para as mulheres” e poderiam levar a um atraso no diagnóstico e no tratamento adequado das pacientes, caso necessário.

Para parteiras, comunicado seria uma difamação

A presidente do Conselho Nacional das Parteiras, Marie-Josée Keller, disse ao jornal francês Le Monde que o comunicado divulgado pelas associações de ginecologistas e obstetras se aproximaria a uma difamação do trabalho e conhecimentos das parteiras. O conselho se disse “profundamente triste” com o posicionamento dos médicos.

O debate sobre as qualificações das parteiras, principalmente devido à diferença no tempo de estudos, indigna a comunidade de parteiras. “Nós sabemos onde estão os nossos limites, e também quando devemos indicar nossas pacientes a um médico se o caso se torna patológico”, diz, também em entrevista ao Le Monde, Elizabeth Tarraga, secretária geral do Sindicato Nacional das Parteiras.

Para o governo francês, essas novas atribuições serviriam para desafogar o serviço dos médicos e humanizar um pouco mais o atendimento às gestantes.

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