Luís Felipe Ribeiro Pinto, vice-diretor do Instituto Nacional do Câncer

O pesquisador Luís Felipe Ribeiro Pinto, vice-diretor geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, veio à RFI Brasil falar sobre a colaboração Brasil-França no setor oncológico.

Luís Felipe Ribeiro Pinto, vice-diretor do Instituto Nacional do Câncer RFI

Ele participa do 50° Congresso da Iarc (Agência Internacional para Pesquisa do Câncer), da ONU, que acontece em Lyon, sudeste da França, em que se discute a situação da doença hoje em termos globais: ocorrências, causas e meios de prevenção. Os resultados vão ser divulgados no dia 15 de junho.

Pinto conta que o Iarc foi idealizado por Charles de Gaulle: “A proposta inicial era que de o comércio de armas cobrasse um imposto de 2% para ser revertido à prevenção do câncer. Infelizmente o financiamento não se deu dessa forma, mas o Iarc foi criado e o Brasil tem orgulho de ser o único país latino-americano a ter assento na agência”.

Brasil quer implantar sistema público de diagnóstico molecular

O representante do Inca também visitou os laboratórios de diagnóstico molecular do Hospital Europeu Georges Pompidou, uma referência mundial no setor. Ele conta que a França foi o primeiro país de grande dimensão a adotar uma rede pública desse tipo de exame. “O Brasil quer também criar o seu laboratório e, em seguida, uma rede pública acessível à população em geral”, explica o pesquisador.

Em relação ao governo interino do presidente Temer, Pinto diz que o já recebeu garantias do Ministério da Saúde de que o orçamento da instituição será mantido. Ele lembra que o Inca é uma figura de ponta na rede mundial de doadores de medula óssea, atrás só dos Estados Unidos e da Alemanha, países com os quais o Brasil é integrado. “Historicamente o Inca sempre foi preservado com as mudanças de governo diante da sua importância na política nacional de luta contra o câncer”, ressalta o vice-diretor do instituto.