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Planeta Verde

Como frear os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos?

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“Oceanos – O pulmão azul sem fôlego”: esse foi o tema de uma mesa redonda realizada nesta terça-feira (24) no Museu des Confluences, que promove a Primavera Latina, na cidade de Lyon, no sudoeste da França. A RFI foi até la acompanhar este evento que acontece dentro da programação da Semana da América Latina, realizada anualmente pelo Ministério francês das Relações Exteriores.

O comportamento das águas dos oceanos exerce direta influência sobre as condições climáticas da Terra.
O comportamento das águas dos oceanos exerce direta influência sobre as condições climáticas da Terra. Flickr/Arrqh
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Diante das severas mudanças climáticas sofridas pelo planeta, os oceanos, que têm um papel fundamental na regulação do clima, encontram-se fragilizados. Parte deste fenômeno tem um principal responsavel : o próprio ser humano. Apesar da COP 21, a Conferência do Clima de Paris, realizada no ano passado, ter estabelecido metas para tentar frear parte destes problemas, para os cientistas é essencial que o assunto continue sendo debatido e monitorado.

No debate, dois grandes problemas dos oceanos foram apontados pelos cientistas: a acidificação das águas e o aumento do nível do mar, causados especialmente pelo efeito estufa e o aumento das temperaturas.

Grandes prejuizos na diversidade dos oceanos

Para o paleoclimatólogo Alain Mazaud, do Laboratorio francês das Ciências do Clima e do Meio Ambiente, da Universidade de Versalhes Saint Quentin en Yvelines, que participou do evento, é urgente falar dos problemas que as mudanças climáticas causam aos oceanos. "Temos muito trabalho pela frente. É melhor que tenhamos sucesso porque, caso contrário, os oceanos terão grandes prejuízos em sua biodiversidade, como já acontece com os corais, por exemplo, que podem desaparecer até 2050 com o aumento do nível dos oceanos", analisa.

Especificamente na América Latina, Mazaud lembra que as mudanças climáticas são agravadas pelo fenômeno El Niño. Na região, outra grande preocupação dos cientistas é a Floresta Amazônica. "Sabemos que o El Niño também tem consequências importantes para a vegetação e para a pluviometria na Amazônia, que, além de tudo, também sofre com a ação do homem", ressalta.

COP 21 renova as esperanças

Apesar da preocupação extrema com a questão, o pesquisador em Vulnerabilidade e Adaptação do Instituto francês do Desenvolvimento Durável e das Relações Internacionais, Alexandre Magnan, ressalta que a COP 21 renovou as esperanças dos cientistas. "Não podemos nos desesperar, porque isso não nos ajuda a evoluir. É preciso considerar que o acordo assinado na COP 21 é universal e, pela primeira vez na história da humanidade, os países se engajaram em percorrer o mesmo caminho juntos. Isso nos motiva. Mas é preciso lembrar que apenas assinar esse documento não vai resolver os problemas do aquecimento global", pondera.

Por isso, continuar discutindo sobre meio ambiente na Semana da América Latina na França é essencial, lembra a responsável pela programação científica do Museu des Confluences, Catherine Bodet. "Desde a primeira edição da Primavera Latina, tivemos temáticas ambientais. Na última, falamos sobre o derretimento das geleiras no Peru. E, neste ano, acompanhando a atualidade, escolhemos falar sobre os oceanos, assunto-chave da COP 21. Recentes descobertas passaram a tratar os oceanos como o pulmão azul da Terra. Um pulmão azul que esta ameaçado", diz.

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