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Saúde em dia

Especialistas explicam por que é importante dormir bem

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Depressão, problemas emocionais, ansiedade, fatores ambientais e barulho são algumas variáveis que podem explicar os numerosos casos de insônia. Por ocasião do Dia Mundial do Sono, 18 de março, especialistas na área nos lembram porque é importante dormir.  

© Focus Pocus LTD
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Colaboração de Tatiana Marotta, especial para RFI

Patrick Lemoine, psiquiatra francês e autor de vários livros sobre distúrbios do sono, disse que, primeiramente, "dormir ajuda as crianças a crescerem, pois crescemos dormindo e, para os adultos, permite simplesmente que se recuperem". De acordo com estudos do Instituto do Sono, passamos, em média, um terço das nossas vidas dormindo. No Brasil, a insônia é um distúrbio que afeta 36,5% das pessoas.
Por que dormir é importante

Com explicações mais técnicas, Lemoine disse que "há movimentos lentos de líquidos no nosso cérebro que nos desintoxicam de todos os produtos que acumulamos durante o dia", acrescentando que "quando temos uma falta de sono crônica, o risco de doenças autoimunes aumenta e, sobretudo, o risco de ter um câncer digestivo".

Luciano Ribeiro, neurologista em São Paulo e presidente da Associação Brasileira do Sono, confirma a extrema importância de dormir. "Faz parte da nossa vida e nosso organismo funciona dentro de um ritmo" afirma. Segundo ele, quando dormimos, há a produção de hormônios na fase do sono profundo, como aquele responsável pelo crescimento. "Existem muitos trabalhos mostrando a falta de sono mexendo com toda parte metabólica e imunológica.".

A medicina do sono e seus diagnósticos

Em entrevista com o paciente, o médico do sono tenta definir a causa dos distúrbios antes de sugerir um tratamento eficaz. A polissonografia é uma das técnicas utilizadas para realizar o diagnóstico dos distúrbios sofridos.
Enquanto o paciente está dormindo, um aparelho registra as ondas cerebrais, o nível de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca e respiratória, assim como os movimentos dos olhos e das pernas durante o estudo.

Graças a essa tecnologia e ao exame feito em laboratório, onde o paciente é monitorado durante uma noite, é possível diagnosticar apneias do sono, que representam "um problema muito frequente hoje na população, o mais frequente com insônia. "É uma obstrução na passagem do ar, na parte posterior da garganta", explicar Ribeiro.

Tratamentos possíveis

Os profissionais evitam cada vez mais a prescrição de medicamentos, como soníferos, que possam levar a dependência. Porém, de acordo com Ribeiro, "há hoje remédios mais modernos e mais seguros que podem ser utilizados".

Atividades físicas têm um efeito positivo no sono mas talvez não sejam suficientes. "O principal tratamento da insônia é o que chamamos de terapia comportamental cognitiva, ou seja, uma terapia breve, na qual você estrutura a vida, os hábitos e os pensamentos das pessoas para que consigam dormir melhor."

Há técnicas alternativas que também podem ser aconselhadas, como meditação, ioga, acupuntura e todas outras formas de relaxamento. Mas, basicamente, "depende da vontade e da dedicação do paciente".
O psiquiatra Lemoine aconselha outra técnica bem simples para quem não consegue dormir por causa de fatores emocionais ou insônia, que chama de transitória.

"A pessoa deve pegar uma folha de papel e, à noite, escrever tudo o que a magoa com uma caneta e colocar o papel dentro de um copo cheio de água. Assim, simbolicamente, durante a noite, todos os problemas vão ser lavados pela água pura e, de manhã, estarão dissolvidos", explica.

Com o mesmo âmbito e tratando ainda de distúrbios "transitórios", o psiquiatra disse que, para se sentir melhor e conseguir ter sono, a pessoa pode também enumerar cada dia em um papel cinco razões que fizeram com que tenha tido um bom dia. Podem ser boas ações ou simplesmente pequenos prazeres.
 

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