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Saúde em dia

Bebês nascem cada vez mais “pré-poluídos”, diz entidade médica

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O forte aumento da exposição aos produtos químicos tóxicos durante os quarenta últimos anos ameaça a saúde da reprodução humana, alertou a principal organização internacional de profissionais da saúde reprodutiva, a Figo (Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras). Os especialistas da entidade estão reunidos em Vancouver, Canadá, até sexta-feira (9).

Recém-nascido em uma maternidade da Coreia do Sul.
Recém-nascido em uma maternidade da Coreia do Sul. Gettty Images/Paul Morris
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“Estamos inundando o mundo com produtos considerados como inseguros e pagamos caro em termos de saúde reprodutiva", declarou Gian Carlo di Renzo, autor do alerta lançado pela Figo, organização com sede em Londres que reúne especialistas de 125 países.

O documento, publicado na revista International Journal of Gynecology and Obstetrics, culpa produtos químicos como pesticidas, poluentes do ar, plásticos e solventes por condições como abortos espontâneos, transtornos do crescimento fetal, peso reduzido no nascimento, má-formações congênitas, problemas nas funções cognitivas ou do desenvolvimento, câncer do aparelho reprodutor, baixa qualidade do sêmen e hiperatividade das crianças.

Exposição desreguladora

Os autores do relatório chamam atenção sobretudo para os perturbadores endócrinos, ao destacar que um dos efeitos da exposição a essas substâncias é "desregular os hormônios encarregados de regular as funções reprodutivas e de desenvolvimento".

Os perturbadores endócrinos estão presentes em inúmeros produtos como embalagens, pesticidas, cosméticos, revestimentos químicos e produtos de limpeza.
"A exposição a produtos químicos tóxicos é permanente durante a gravidez e a lactação, além de ameaçar a reprodução da espécie humana", afirma a federação em seu comunicado, preconizando "políticas de proteção aos pacientes e às populações".

Produtos orgânicos

Elizabeth Ruffinengo, conselheira legal da ONG Mulheres na Europa por um Futuro Comum (Women in Europe for a Common Future), fala sobre o que pode ser feito a respeito:

“Há dois tipos de atitudes a serem tomadas, defendidas pela Figo. Há a ação individual e a coletiva. A coletiva diz respeito a políticas globais adaptadas, com atenção especial para a prevenção da exposição. Ou seja, reduzir a exposição através da alimentação, através dos produtos de consumo diário. É preciso agir sobre a qualidade do ar exterior e interior, junto a essas grandes políticas públicas, como relativas ao transporte. Há também a ação individual, que também pode ajudar a amenizar o problema. Mesmo antes da gravidez é preciso tomar algumas precauções, como uma alimentação mais saudável, com produtos orgânicos, cultivados localmente, de época. Esses produtos têm menos chances de ter pesticidas, que podem causar doenças que atravessam gerações.”
 

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