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Navio grego é suspeito do derramamento de óleo no Nordeste

Um navio-tanque de bandeira grega é "o principal suspeito" do derramamento de óleo que atingiu mais de 2.000 km da costa no nordeste do Brasil, informou o Ministério da Defesa nesta sexta-feira (1), confirmando que o petróleo é proveniente da Venezuela.

Manchas de óleo na praia de Boipeba, Bahia.
Manchas de óleo na praia de Boipeba, Bahia. Divulgação/Marta Smith
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A Polícia Federal emitiu um mandado de busca à sede de uma companhia de navegação no Rio de Janeiro, mas o nome da empresa não foi informado. O Ministério Público alertou para danos "incomensuráveis" no litoral brasileiro.

Identificação por geointeligência

A identificação do navio-tanque foi feita por meio de dados de satélite e cooperação internacional. A investigação acompanhou 1.100 navios que transitaram pela área, limitando suas observações a um grupo de 30 embarcações, até a conclusão de que o navio grego era o principal suspeito do derramamento de óleo.

Segundo o Ministério da Defesa, a embarcação "estava transportando petróleo bruto do terminal de San José, na Venezuela, e se dirigia para a África do Sul".

Ainda segundo as autoridades brasileiras, o navio não havia desativado seu sistema de detecção de satélites e "nunca se comunicou à Autoridade Marítima do Brasil sobre esse derramamento" de petróleo, ocorrido em 29 de julho. A investigação continua para descobrir se o derramamento de óleo foi acidental ou criminal.

Danos ao turismo

Nove estados brasileiros foram afetados e milhares de voluntários estão limpando as praias turísticas do Brasil.

A reportagem da RFI esteve na pequena ilha de Boipeba, na Bahia, onde conversou voluntários que trabalham na despoluição da areia. Às vezes só com as mãos ou sacolas plásticas.

“A gente se organiza como pode, porque a gente ama o nosso mar, a nossa ilha”, conta Rosane Pamplona, que largou tudo há sete anos para viver nessa paisagem de cartão postal. "Estou com vontade de gritar. As vezes não quero fazer mais nada, só chorar”, disse a moradora à correspondente Sarah Cozzolino.

O derramamento de óleo no Nordeste já é considerado a pior catástrofe ecológica do litoral brasileiro e pode ter forte impacto no turismo e na pesca.

A ONU expressou sua "profunda preocupação" pela maré negra que provoca "danos incalculáveis nos ecossistemas marítimos e terrestres e na vida das populações locais".

Ao todo, foram encontrados 107 animais afetados pelo óleo, 81 estavam mortos. Cerca de 70% eram tartarugas marinhas.

 

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