Bolsonaro e Xi Jinping querem ampliar comércio entre Brasil e China
A China afirmou nesta sexta-feira (25) que deseja ampliar seu comércio com o Brasil, procurando equilibrar o impacto de uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos. Os presidentes Xi Jinping e Jair Bolsonaro reafirmaram os laços entre os dois países, durante a primeira visita oficial do presidente brasileiro à China.
Publicado em:
"A China está disposta a importar mais produtos de alta qualidade e produtos de alto valor agregado do Brasil, que atendam às necessidades do mercado chinês", disse a TV estatal do país, citando Xi Jinping.
Brasil e China esperam "promover o crescimento diversificado das exportações bilaterais de produtos agrícolas" por meio de acordos entre as autoridades aduaneiras e agrícolas dos dois países, anunciaram os dois líderes em comunicado conjunto.
Desde 22 de outubro, Bolsonaro realiza um longo giro internacional em cinco países da Ásia e do Oriente Médio: Japão, China, Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita. O foco do líder brasileiro é reduzir os danos causados pelos sinais de adesão à política externa do presidente americano, Donald Trump - uma inclinação unilateral nociva aos interesses comerciais do Brasil com países fundamentais para as exportações brasileiras.
Maior parceiro comercial
A China já é o maior parceiro comercial do Brasil em termos de exportação e importação, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços brasileiro. O Brasil também já é a maior fonte de importação de soja da China, segundo a consultora agrícola Trase.
Com a guerra comercial entre Washington e Pequim, as importações chinesas de produtos agrícolas dos Estados Unidos caíram de US$ 19,5 bilhões em 2017 para pouco mais de US$ 9 bilhões no ano passado, criando um déficit entre a oferta e a demanda de produtos-chave como a soja.
Unilateralismo e protecionismo
Os líderes brasileiro e chinês enfatizaram a cooperação contínua entre economias emergentes diante do protecionismo no planeta. "O mundo está enfrentando sérios desafios com o unilateralismo e o protecionismo, pressionando as principais economias, à medida que a incerteza e a instabilidade estão aumentando", disse o vice-premiê chinês, Hu Chunhua, em um fórum de negócios nesta sexta-feira, com a presença de Bolsonaro, que também se encontrou com o primeiro-ministro Li Keqiang.
"A China e o Brasil, como duas grandes economias, devem aumentar a comunicação e a cooperação para enfrentar esses desafios e concretizar o desenvolvimento compartilhado", declarou Hu.
Agasalho do Flamengo
Após a assinatura dos acordos de cooperação, Bolsonaro presenteou o presidente chinês com um agasalho do Flamengo. "Esse é o melhor time do Brasil na atualidade", afirmou o líder brasileiro a Xi Jinping.
Na quarta-feira (23), o time do Rio ganhou de 5 a zero do Grêmio na semifinal da Libertadores da América. "Tenho certeza de que 1,3 bilhão de chineses serão Flamengo no final do mês que vem", quando será realizada a final da competição, contra os argentinos do River Plate.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro