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Brasil

Rio de Janeiro vai urbanizar a Rocinha a partir de modelo argentino em Buenos Aires

A Rocinha, maior favela do Brasil, será a primeira favela a ser urbanizada tendo como modelo e inspiração a favela Vila 31 de Buenos Aires, anunciou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ele explicou o projeto a jornalistas durante uma visita à capital argentina. 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Fernando Frazão/Agência Brasil
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Do correspondente em Buenos Aires

Em declarações a jornalistas durante o fim de semana, Witzel contou que o projeto pretende copiar um modelo de urbanização criado pelo governo do presidente argentino, Mauricio Macri, e que transformou uma das principais favelas da capital.

"Aqui, em Buenos Aires, tem um grande projeto, a Vila 31, que vamos levar para o Rio de Janeiro, onde vamos iniciar o "comunidade-cidade", um projeto de urbanização, de melhoria das condições de vida dessa população para podermos tirar o tráfico de armas e de drogas dessas comunidades", explicou Witzel.

"A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, mostrou-me o projeto habitacional da Vila 31. Um grande problema que temos no Rio de Janeiro para fazermos a melhoria das nossas comunidades é a manutenção daquelas moradias, muitas sem a mínima estrutura de construção", comparou Witzel.

"O projeto começa pela Rocinha. Vamos realocar da área de risco da Rocinha sete mil moradias. Esse será o primeiro teste", indicou o governador. A urbanização de favelas cariocas a partir da experiência argentina vai incluir outras nove favelas, das 750 que existem no Rio de Janeiro. No total, cerca de 300 mil moradias serão reconstruídas.

"Sabemos que cada comunidade tem em torno de 25 mil habitações. Se você somar as dez principais comunidades do Rio de Janeiro, vamos ter algo em torno de 300 mil habitações que precisam ser modificadas. Tem de ser um projeto de Estado que atravesse governos para permitir que essas pessoas tenham uma vida digna", calcula.

Engenheiros brasileiros visitarão Buenos Aires

O projeto prevê moradias novas, rede de água e esgoto, árvores, praças, iluminação e ruas onde hoje existe um labirinto de construções amontoadas e com infraestruturas improvisadas.

"Vamos fazer saneamento, abrir ruas, pôr número nas casas e, na medida do possível, reestruturar essas moradias e não permitir que novas sejam construídas", disse Witzel, perseguindo o objetivo da reurbanização das favelas: o combate ao crime organizado. "Precisamos acabar com essa desordem urbana que facilita a presença do tráfico de drogas nas comunidades", apontou. Nos próximos dias, engenheiros brasileiros virão a Buenos Aires para adaptar o modelo.

O governador visitou a Argentina neste fim de semana, onde foi inaugurada a maior exposição de Turismo da América Latina, a FIT. Witzel admitiu que o Rio de Janeiro perdeu muitos turistas devido à violência, mas destacou que o número de homicídios caiu à metade desde que assumiu o governo local, em janeiro.

"Queremos igualar comunidade e cidade para que todos tenham paz. Ainda estamos distante dessa realidade, mas já conseguimos avançar muito. Saímos de 35 mortes por cada 100 mil habitantes para 16 mortes em dez meses de governo. É um avanço histórico que mostra que estamos no caminho certo", celebrou.

Especialistas em segurança têm alertado, no entanto, que a política de enfrentamento armado a criminosos, adotada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro sob o comando do governador do PSC, não está relacionada com a queda da criminalidade. Em um inquérito civil que investigará as altas taxas de letalidade nas operações policiais no Rio, o Ministério Público Estadual avaliou os dados e concluiu que “não é possível identificar causalidade entre a letalidade policial e o homicídio doloso no Estado, considerando que os dados disponíveis sequer indicam correlação entre eles”, conforme informou reportagem publicada no jornal "O Estado de São Paulo" na última semana de setembro.

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