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Bolsonaro/ONU

Bolsonaro na ONU: "É uma falácia dizer que Amazônia é patrimônio da humanidade"

Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira (24), o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Em mais de 30 minutos, o presidente brasileiro atacou o socialismo, Cuba, Venezuela, a imprensa, o ambientalismo radical e defendeu a posição do atual governo sobre a Amazônia. Ele pediu uma nova política indígena e elogiou Sérgio Moro.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, abriu nesta terça-feira (24), os debates gerais da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, abriu nesta terça-feira (24), os debates gerais da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Captura de vídeo ONU
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“Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge após estar à beira do socialismo”, iniciou Bolsonaro. “No meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo, diminuir o desemprego, a violência e o risco para os negócios”, continuou.

Em seguida, Bolsonaro elaborou um elo entre “ameaça do socialismo, corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade, ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições”.

Médicos cubanos: agentes da ditadura cubana

Ele falou sobre o acordo entre o “governo petista e a ditadura cubana”, que trouxe ao Brasil, em 2013, “dez mil médicos sem nenhuma comprovação profissional”.

“A história nos mostra que já nos anos 1960, agentes cubanos foram enviados a vários países para ajudar na implantação da ditadura”, declarou. Ele citou a Venezuela, “outrora um país pujante e democrático”, como exemplo de nação onde o socialismo se implantou com sucesso, “onde todos estão pobres e sem liberdade”.

O ex-capitão exaltou o liberalismo, dizendo que “não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica, e vice-versa”. Ele lembrou que o livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes em seu governo.

Sobre a Amazônia, Bolsonaro exaltou as riquezas minerais e da biodiversidade, rechaçando “os ataques sensacionalistas de grande parte da mídia nacional e internacional”, que acusaram o governo de incentivar as queimadas através de suas políticas.

“É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade”, disse. E “é um equívoco dizer que ela é o pulmão do mundo”, alfinetou Bolsonaro, lembrando a frase dita pelo presidente francês, Emmanuel Macron. E o brasileiro continuou atirando farpas: “Um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com o espírito colonialista”. Ou ainda: “Um deles, por ocasião do G7, ousou sugerir sanções ao Brasil, sem sequer nos ouvir”. 

“Acabou o monopólio do sr. Raoni”

Sobre a questão indígena, falou que é preciso uma nova política para o setor, pois os indígenas, segundo ele, não querem “ser pobres” vivendo em terras ricas. Ele criticou diretamente o cacique caiapó Raoni, que vem denunciando a política indigenista do governo atual. Ele afirmou que Raoni e outras lideranças “são usados como peças de manobras por grandes forças estrangeiras, que querem "manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas".

Bolsonaro citou várias vezes o nome da indígena Ysani Kalapalo, pró-governo, presente à ONU com a bandeira do Brasil em torno do pescoço, e a apresentou como representante legítima de “52 grupos indígenas”.

Violência e religião

Bolsonaro destacou a forte diminuição nos índices de violência do Brasil em oito meses de mandato. "Conseguimos reduzir em mais de 20% o número de homicídios nos seis primeiros meses do meu governo", disse, acrescentando que as apreensões de cocaína e outras drogas atingiram níveis recordes.

O presidente sugeriu a criação de um dia internacional em memória das vítimas de atos de violência baseada em religião ou crença. "A perseguição religiosa é um flagelo que devemos combater de forma incansável. Nos últimos anos, vimos em diferentes regiões ataques covardes que vitimaram os fiéis congregados em igrejas, sinagogas e mesquitas. O Brasil condena energicamente todos esses atos e está pronto a colaborar com outros países para a proteção daqueles que se veem oprimidos por causa de sua fé."

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