Líder da esquerda radical francesa se emociona ao visitar Lula em Curitiba
A declaração emocionada de Jean-Luc Mélenchon, chefe do partido La France Insoumise (A França Insubmissa, LFI), após visitar Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba é amplamente divulgada pela imprensa francesa. Na quinta-feira (5), o líder da esquerda radical da França afirmou, com a voz embargada, que recebeu "energia" do ex-presidente brasileiro, preso há mais de um ano, e condenou “um processo político” contra Lula.
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Mélenchon realiza há dois meses um giro pela América Latina. Antes de chegar ao Brasil, já se reuniu com líderes da esquerda no México, Argentina e Uruguai. Ex-candidato à presidência da França e primeiro líder político francês a visitar Lula na prisão, Mélenchon tem uma relação de amizade com o ex-presidente.
O deputado opositor ao presidente Emmanuel Macron concedeu uma entrevista à imprensa na porta da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde Lula cumpre, desde abril de 2018, pena de 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá.
"Eu o encontrei com a mesma força de caráter. Somos todos Lula!", declarou. Ele disse que achou o ex-presidente muito forte, em “todos os aspectos" e revelou que Lula, de 73 anos, "corre nove quilômetros todos os dias" em uma esteira.
"Ele nos chamou à resistência", disse o deputado francês, explicando que "grande parte da conversa envolveu o uso da justiça em julgamentos políticos, a lei".
Processos políticos
Lula foi "condenado por atos indeterminados. Não há limite para o uso da justiça em julgamentos políticos", avaliou o lídes do LFI. Mélenchon qualificou Sergio Moro, que quando era juiz em 2017 condenou Lula na primeira instância, de "personalidade politicamente corrompida". O atual ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro está "disposto a sujar a justiça de seu próprio país para levar até o fim o processo político" contra Lula, acrescentou.
O deputado francês fez um paralelo entre o caso do ex-presidente brasileiro e os problemas que ele também enfrenta na Justiça. Mélenchon será julgado em 19 e 20 de setembro, juntamente com cinco partidários, por incidentes ocorridos durante uma operação policial na sede de seu partido, que integrava uma investigação sobre gastos da campanha eleitoral de 2017.
"Estamos determinados a não permitir isso, cada um em nosso país. Vamos nos unir, vincular nossos grupos de advogados (...) para nos ajudar (...) nos julgamentos políticos que sofremos", acrescentou o deputado. "É o mesmo método, talvez não sejam as mesmas conclusões", mas "as mesmas acusações sem provas e violações dos direitos de defesa", declarou.
(Com informações da AFP)
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