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Rendez-vous cultural

Crise de refugiados é tema de espetáculo em festival de marionetes em Paris

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A décima edição da Biam (Bienal Internacional das Artes da Marionete) acontece em maio na região parisiense, com 40 espetáculos do mundo todo. Com shows voltados principalmente para o público adulto, o evento é um dos principais da França. Alguns espetáculos trazem temas atuais, como "Babylon", que fala sobre a crise dos refugiados.

O marionetista australiano Neville Tranter com alguns de seus bonecos de "Babylon".
O marionetista australiano Neville Tranter com alguns de seus bonecos de "Babylon". Foto: Patricia Moribe
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“É uma espécie de vitrine da criação contemporânea da marionete”, explica Frédérique Miget, administradora do teatro Le Mouffard, que organiza o evento.

“Recebemos cerca de 40 espetáculos vindos dos quatro cantos do mundo, durante um mês, na região parisiense. Além deste festival, há um outro festival importante em Charleville-Mézières, que existe há uns 20 anos. Na Europa há muitos festivais internacionais, principalmente na Alemanha, onde a marionete contemporânea é bastante atuante”, diz Miget.

O mundo das marionetes e fantoches é vasto. De bonecos articulados movidos por fios, fantoches ganhando vida através de mãos no interior ou personagens em tamanho grande acompanhado pelo marionetista em cena, o que vale é a criatividade, não só na forma, como no conteúdo.

Marionetes desde a Antiguidade

As marionetes aparecem já na Antiguidade, no Egito, Grécia e Império Romano. Na Ásia, os bonecos manipulados também marcam presença e se espalham pela Índia, Ceilão, Birmânia, Indonésia, mundo persa e antigo império turco. Na China, há indícios de marionetes há três mil anos, segundo historiadores.

No Japão, o Bunraku nasceu no século 16 e se tornou tradição e forma de arte conceituada. Em cena, bonecos delicados e refinados são manipulados por pessoas vestidas de negro, enquanto a história é contada por um narrador, acompanhado por tocadores de shamisen, um tradicional instrumento de cordas.

Temas da atualidade

“Babylon” é o novo trabalho do australiano Neville Tranter, radicado há 40 anos na Holanda. Nome conhecido do meio, ele é um "one man show". Em cena, sem nenhum efeito especial, ele manipula seus personagens, dando voz e caráter, arrancando risos e exclamações animadas da plateia adulta, pois as crianças são exceções em seus espetáculos.  

“É meu trabalho mais recente e eu queria lidar com o tema dos refugiados, mas tinha que encontrar uma forma de contar a história de uma forma diferente da que ouvimos nos noticiários. E para isso escolhi um cenário bíblico”, explica.

A história se passa numa praia do norte da África, de onde vai sair o último navio em direção à terra prometida, “Babylon”. Há passageiros de todos os tipos, incluindo refugiados e até Deus, que quer impedir o embarque de seu filho Jesus. Tudo sob a espreita do diabo.

A produção, da concepção da ideia, até a estreia, passando pelo desenvolvimento do texto e confecção dos bonecos, foi realizada em dois anos. Agora, é pé na estrada, com várias apresentações previstas pela Europa durante o verão no hemisfério norte.

A Bienal Internacional das Artes da Marionete acontece até 29 de maio de 2019 na região parisiense.

Veja abaixo um trailer do espetáculo "Babylon":

 

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