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Com álbum “+100”, Casuarina apresenta samba moderno em turnê pela Europa

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Paulinho da Viola, em sua canção “Argumento”, dizia que o samba devia manter suas tradições. “Olha que a rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim”, diz o mestre em sua letra. O grupo Casuarina, que acaba de lançar seu álbum “+100”, é a prova de que esse ritmo pode inovar, se transformar e propor uma roupagem atual e moderna sem perder suas raízes. De passagem por Paris, João Fernando e Gabriel Azevedo, dois integrantes da banda, deram entrevista à RFI, contando sobre a turnê europeia e discutindo as inspirações cariocas que movem suas melodias.

João Fernando e Gabriel Azevedo do grupo Casuarina
João Fernando e Gabriel Azevedo do grupo Casuarina RFI
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Os dois músicos lembram que essa é apenas uma de muitas turnês do grupo, que tem uma relação de quase uma década com a Europa. “Tocar para o público francês nos dá uma noção do impacto da música brasileira. É um povo muito interessado por cultura, eles dançam, tentam cantar, conversam com a gente”, afirma Gabriel. “Um outro aspecto é matar a saudade do povo brasileiro que está morando aqui, que recorda muitas coisas do Brasil”, defende João.

O álbum “+100” é resultado do show de 2017 onde o Casuarina celebrava os cem primeiros anos do samba. “Fizemos uma retrospectiva do 'comecinho' até os dias de hoje. Quando a gente parou para pensar no trabalho novo, chegamos à conclusão que seria legal apontar para a frente. Nós que moramos no Rio de Janeiro sabemos que o samba continua muito forte, com muitos compositores e rodas de samba novas surgindo. Nós fomos atrás desses compositores e chegamos ao repertório do '+100', ou seja, mais cem anos de samba”, explica Gabriel.

2017 também foi o ano da saída de João Cavalcanti, um dos integrantes do grupo, que decidiu seguir carreira solo. Para o restante da banda, foi uma oportunidade de focar no futuro e aproveitar a mudança para inovar com um trabalho novo. Segundo Gabriel, “esse disco foi uma válvula de escape que encontramos para esse momento de dúvida do que iríamos fazer. Apostamos nele e foi um acerto, porque as coisas estão dando certo.”

Raízes cariocas

O grupo não se chama “Casuarina” por acaso: esse é o nome da rua, no Rio de Janeiro, onde os integrantes começaram a ensaiar. A “carioquice” é parte do DNA da banda, que não nega suas “inspirações locais”, e propõe até uma “retomada” da Lapa, bairro icônico para o samba.

“Ressaltamos sempre que o Rio tem passado por um momento difícil. Após as Olimpíadas, acho que a cidade sentiu mais essa crise. A própria Lapa está passando por um momento ruim, as coisas já foram muito melhores”, critica Gabriel. “Mas a gente não desiste e, carregando a história do Rio com orgulho, podemos dar uma força para que essa situação melhore um pouco”.

O Casuarina vai tocar na França nos dias 17 de maio em Vernouillet e 18 em Ris Orangis antes de seguir para Londres, onde fará show no dia 19.

Veja a entrevista completa:

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