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Tinta Bruta, o filme da 'bicha que resiste' estreia no circuito comercial na França

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Depois de começar uma carreira internacional conquistando um dos maiores prêmios mundiais do cinema LGBT, o filme brasileiro “Tinta Bruta” estreia no circuito comercial francês. Em entrevista à RFI durante passagem por Paris, os diretores Filipe Matzembacher e Marcio Reolon falam sobre o projeto, concebido durante o período de impeachment no Brasil. 

Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (d) estão na França para apresentar o filme "Tinta Bruta", antes de participarem do juri do Queer Palm no Festival de Cannes
Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (d) estão na França para apresentar o filme "Tinta Bruta", antes de participarem do juri do Queer Palm no Festival de Cannes Divulgação
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“Tinta Bruta”, que foi batizado de “Hard Paint” na versão internacional, conta a história do introspectivo Pedro, um rapaz que ganha a vida expondo na internet seu corpo pintado com tinta neon.O projeto, rodado em Porto Alegre, logo ganhou fãs pelo mundo, percorrendo vários festivais. A carreira fora do Brasil, aliás, começou com o pé direito, já que o filme conquistou em 2018 o Teddy, prêmio do cinema de temática LGBT da Berlinale.

O filme foi concebido durante as discussões sobre o impeachment no Brasil, o que, segundo os diretores, deu um verniz mais militante ao projeto. “Foi num período que a gente identificava como uma fragilização da nossa democracia e começava o crescimento de forças conservadoras no país”, lembra Marcio Reolon. “Isso nos dava um sentimento de isolamento e distanciamento da sociedade, sabendo que nesses casos as primeiras populações a sofrerem as consequências são as populações mais vulneráveis – os LGBTs, os negros, os indígenas e as mulheres –, que estão à margem dessa sociedade dominante central”, completa o diretor.

“É evidente que a situação só piorou”, continua Filipe Matzembacher. “A sociedade está ficando cada vez mais violenta, pensando cada vez menos de uma maneira humana, e que está tentando excluir os diferentes e desvalorizar a própria cultura e a intelectualidade”, denuncia Matzembacher.

A contestação dos cineastas é incarnada pelo personagem principal do filme, que se sente isolado e vigiado durante toda a história. Mas apesar das dificuldades, “ele segue lutando, disposto a encarar tudo o que ele enfrenta. A resistência é uma das únicas certezas dele”, insiste Matzembacher, que vê em Pedro “uma bicha que resiste”.

Os diretores continuam na França durante o mês de maio. Eles foram convidados para fazer parte do júri do Queer Palm, a seleção de temática LGBT do 72° Festival de Cinema de Cannes.

Assista a entrevista completa no vídeo abaixo. 

 

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