Em Israel, Bolsonaro exalta Amazônia e diz que Brasil está aberto a parcerias

O terceiro dia da visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, nesta terça-feira (2), é dedicado a encontros com empresários de companhias locais e israelo-brasileiras. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu participou, pela manhã, da abertura da reunião de negócios realizada no Hotel David Citadel, em Jerusalém.

O Brasil está à disposição, diz presidente Bolsonaro em discurso em Jerusalém. REUTERS/Ronen Zvulun

Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que tem uma equipe qualificada ao seu lado e que o Brasil tem biodiversidade, terras para agricultura em abundância e riquezas minerais, para participar de parcerias na área de pesquisa com Israel e o mundo. Ele referiu-se ao primeiro-ministro israelense como "capitão Benjamin Netanyahu" e apontou na plateia para vários militares brasileiros que fazem parte do governo e da comitiva.

Elogios a Israel

Bolsonaro disse ter notado que Israel é "um país aberto ao mundo" e que, apesar da escassez de recursos naturais, ele acredita que o país ganhou um papel cada vez mais importante porque tem um povo que coloca a fé acima de tudo. "Como diz na bíblia, que a fé remove montanhas, a fé vem transformando, vem fazendo com que Israel ocupe cada vez mais um destaque no mundo", declarou.

O presidente disse que um novo país nasceu no dia 1° de janeiro, referindo-se à própria posse. "Deixou-se de lado a questão ideológica que nos atrasava. E muito", declarou, citando a busca de parcerias como uma nova frente para o Brasil.

Bolsonaro insistiu muitas vezes que a biodiversidade brasileira é imensa, citou várias vezes a Amazônia, as reservas de nióbio e os estudos com o grafeno, reafirmando que seu governo está à disposição dos empreendedores que quiserem investir no Brasil. "Com respeito a outros países, como a Austrália, ninguém tem a diversidade que nós temos. E estamos à disposição", reiterou.

À tarde, Bolsonaro visita uma exposição de fotografias no Memorial do Holocausto Yad Vashem, onde fará um breve discurso, e segue depois para o Bosque das Nações.

Um encontro que ele teria com membros da comunidade brasileira de Raanana, a 20 km de Tel Aviv, na manhã de quarta-feira (3) foi cancelado por falta de segurança. Um comitê de 20 brasileiros será recebido no hotel onde o presidente está hospedado.

Morte de palestino

A margem da visita de Bolsonaro, um palestino foi morto na manhã desta terça-feira durante enfrentamento com soldados israelenses perto de Jerusalém. A vítima foi identificada como Mohammed Adouane, de 23 anos. Outros três palestinos ficaram feridos na mesma incursão em área da Cisjordânia ocupada pelo Exército israelense.