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Bolsonaro/ Protestos/ Israel

Protestos contra Bolsonaro serão realizados em Jerusalém durante a visita do presidente a Israel

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro será recebido com honras pelo governo israelense neste domingo (31) para uma visita de quatro dias ao país. Mas duas manifestações contra a presença dele em Israel – organizada por grupos locais e por brasileiros – estão ganhando força, nos últimos dias.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em janeiro de 2019.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em janeiro de 2019. Fernando Frazao/Courtesy of Agencia Brasil/Handout via REUTERS
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Tel Aviv

A primeira acontecerá às 18h (meio-dia, horário de Brasília), algumas horas após o desembarque do presidente brasileiro.

Ela acontecerá em frente à residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, onde Bolsonaro será recebido por volta das 19h (1h da tarde em Brasília) para um jantar e uma declaração conjunta.

Cerca de 600 pessoas já confirmaram presença ou se disseram interessadas em comparecer.

A manifestação foi organizada pela Associação Pró-LGBT de Israel, uma ONG israelense em defesa dos direitos dos homossexuais, que denuncia Bolsonaro como alguém que ignora os direitos dessa minoria no país.

“’Prefiro que meu filho seja morto em um acidente do que ser gay’, ‘É preciso bater em homens se beijando na rua’. Essa é uma pequena seleção dos ideais exemplares do novo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro”, diz a ONG no convite aberto para a manifestação feito pelo Facebook.

Advogado israelense

O protesto atraiu outros grupos e militantes, entre eles o advogado israelense Eitay Mack, especilizado em Direitos Humanos e que revela ligações obscuras entre o governo do país e ditaduras pelo mundo.

Isso porque, segundo ele, Bolsonaro pediu ao exército brasileiro que “celebrasse o aniversário do golpe militar”, que aconteceu em 31 de março de 1964.

“Será que o primeiro-ministro Netanyahu percebeu que irá recebê-lo no país justamente no dia do aniversário do golpe?”, pergunta o advogado israelense, que pretende comparecer com uma camisa com a foto da vereadora carioca Marielle Franco e cartazes com os dizeres “Justiça para Vladimir Herzog” e “Bolsonaro envergonha o Brasil”.

Outra manifestação contra Bolsonaro acontecerá na terça-feira (2 de abril), em frente ao Hotel David Citadel, também em Jerusalém, onde acontecerá uma convenção econômica com presença de empresários brasileiros e israelenses.

Judeus progressistas

O protesto foi convocado por ONGs como Judeus Progressistas do Brasil (JuProg) e Judeus Latino-americanos Prograssistas.

Um dos fundados dos grupos é o gaúcho Mauro Nadvorny,

“A ditadura militar brasileira perseguiu todo tipo de gente, incluindo judeus de esquerda. Então, acho uma vergonha apoiar o Bolsonaro, que enaltece esse regime, enaltece aqueles que torturaram e mataram judeus”, disse Nadvorny à RFI.

Bolsonaro também será recebido por brasileiros que o apoiam, durante sua visita a Israel.

Na quarta-feira (3 da abril), ele irá a uma sinagoga na cidade de Raanana fundada pela comunidade brasileira da cidade, composta por mais de 200 famílias.

No segundo turno das eleições presidenciais, 73% dos 534 eleitores brasileiros que compareceram às urnas, em Israel, votaram em Bolsonaro.

Mas não se sabe exatamente quantos dos 15 mil brasileiros de Israel apoiam o presidente, na prática.

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