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Imprensa

"Bolsonaro busca fôlego na Casa Branca" depois de acumular gafes no Brasil, diz Libération

A imprensa francesa analisa nesta terça-feira (19) a visita do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, aos Estados Unidos. O líder pesselista se reúne nesta tarde com o presidente americano, Donald Trump.

Jornais franceses analisam a visita do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, aos Estados Unidos.
Jornais franceses analisam a visita do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, aos Estados Unidos. Fotomontagem RFI
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"Contestado em seu país, Bolsonaro busca fôlego na Casa Branca", afirma a manchete do jornal Libération. A correspondente do diário em São Paulo, Chantal Rayes, escreve que o presidente brasileiro acumula gafes e é questionado até mesmo por seus partidários. "Ele deve encontrar Trump nesta terça-feira para aquecer as relações bilaterais e obter apoio", publica.

Para Libération, "o encanto durou pouco tempo". Em menos de três meses na liderança do Brasil, Bolsonaro está enfraquecido por uma série de erros, intrigas e traições que dão ao seu início de mandato um clima de comédia, avalia a jornalista francesa.

O diário considera que a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos é realizada na tentativa de recuperação de sua imagem. Ao lado de Trump, o presidente espera obter concessões, como o apoio de Whashington à entrada do Brasil na OCDE, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.

Citando expressões usadas pela imprensa brasileira, o Libé considera que o estilo "simplista, grosseiro e truculento" do líder pesselista não convence mais. O diário lembra as polêmicas recentes que Bolsonaro provocou no Twitter, como o compartilhamento de um vídeo onde dois homens praticam o "golden shower" durante o último Carnaval ou a difusão de falsas declarações atribuídas à repórter do Estado de S. Paulo Constança Rezende, envolvendo o site de notícias francês Mediapart.

"Mesmo a aura de honestidade do novo governo durou pouco", afirma a publicação. O jornal cita as investigações sobre operações bancárias suspeitas envolvendo Flavio Bolsonaro, filho do presidente, e as acusações de que o PSL lançou candidaturas laranjas desviando verbas públicas de financiamento eleitoral. O escândalo terminou com a exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de secretário-geral da Presidência.

Alinhamento com a política americana

O jornal Les Echos também trata da viagem do presidente brasileiro aos Estados Unidos. "Bolsonaro mostra sua proximidade com Trump" é o título da matéria assinada pelo correspondente do diário em São Paulo, Thierry Ogier.

Para Les Echos, o encontro com Trump na Casa Branca, três meses depois da chegada de Bolsonaro ao poder, "já é uma forma de consagração para mostrar ao mundo inteiro que ele pode brincar no pátio das crianças maiores", ironiza. Desde que chegou a Washington, o líder pesselista já se reuniu com representantes da direita populista americana, declarando que o "antigo comunismo não pode mais imperar". Segundo o diário, esse é um claro alinhamento à política americana anti-Venezuela.

Com a visita, Les Echos avalia que Bolsonaro quer também mudar sua reputação no exterior. O jornal lembra que, na semana passada, em um encontro com alguns jornalistas brasileiros, o presidente reclamou que a imprensa estrangeira fala dele como se fosse "um racista, homofóbico e ditador". Para tentar melhorar essa imagem, Les Echos publica que o pesselista vai substituir 15 embaixadores, inclusive em Paris e em Washington.

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