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Mulheres do Brasil em Paris cria comitê para apoiar brasileiras vítimas da violência na França

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O Comitê de combate à Violência contra a Mulher, criado pelo Grupo Mulheres do Brasil em Paris promove nesta quinta-feira (14) a primeira edição da Roda do Acolhimento, evento com o objetivo de dar suporte às brasileiras que são vítimas de violência na França.

Jamminy Benício (à esq.) e Daniella Moreira de Carvalho  co-líderes do Comitê de combate à violência contra a mulher
Jamminy Benício (à esq.) e Daniella Moreira de Carvalho co-líderes do Comitê de combate à violência contra a mulher RFI
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A iniciativa faz parte das ações relacionadas ao Dia Internacional da Mulher e é dirigida por duas voluntárias, a advogada Daniella Moreira de Carvalho e a professora de inglês Jamminy Benício, co-líderes do Comitê de combate à Violência contra a Mulher.

“O trabalho realizado com brasileiras aqui na França voltado para essa questão ainda é muito restrito, quase inexistente. Muitas mulheres estão em situação precária na França, não tem a quem procurar. Sentimos a necessidade de criar esse Comitê”, justifica Daniella, que atua principalmente nas questões relacionadas aos aspectos jurídicos.  

“As brasileiras não conhecem as leis locais. Muitas vêm para cá sem conhecer a língua local e ficam perdidas. Elas têm o visto vinculado ao do marido. Aqui na França, se ela está em uma situação de violência doméstica, a lei permite que as mulheres tenham um visto desvinculado do marido em caso de comprovação jurídica do ato de violência. Elas não precisam ficar reféns da situação para sempre”, afirma.

A primeira atividade do Comitê é a Roda de Acolhimento, um espaço de encontro com a presença de uma terapeut, para um primeiro contato com a realidade das brasileiras que se sentirem vítimas de violência.

“Em um primeiro momento, uma psicóloga vai promover um trabalho de escuta para entender os casos, para que essas mulheres sintam um espaço de acolhida e para saber que tem alguém com respaldo para escutá-las”, explica Jamminy.

A demanda pelo serviço vai determinar a programação das sessões da Roda de Acolhimento. “Não vai ser um trabalho necessariamente terapêutico, mas de escuta do que elas estão passando. O importante é criar um espaço para elas se sentirem seguras”, reforça.

As sessões também vão ser importantes para identificar casos que devem ter uma orientação jurídica, respeitando o desejo da vítima.

O Comitê pretende tratar de diferentes casos de violência, seja física, sexual, psicológica, patrimonial ou moral. “Nosso foco inicial é na violência doméstica, mas ao procurar nossa ajuda, podemos atender outros casos. O mais importante é que elas não se sintam mais sozinhas. Queremos criar essa rede de apoio para que elas possam se reestruturar tanto psicologicamente quanto juridicamente, para que elas possam adotar as melhores decisões que quiserem”, ressalta Daniella.

Anonimato é garantido

O grupo também estará aberto para as profissionais que queiram ajudar também outras brasileiras. “Nesse primeiro momento, vai ser importante para descobri quem está precisando de ajuda e também para quem quer ajudar. Vamos ainda nos descobrir, sentir as necessidades das brasileiras para depois ver e tentar criar novas ferramentas de ajuda”, informa Jamminy. 

As interessadas poderão entrar em contato com o Comitê por meios digitais. Um contato foi criado na rede social Instagram que pode ser acessado pelo perfil  @protecaodamulheremparis.

Para facilitar as ações, o contato pode ser feito de maneira anônima, caso seja do interesse da vítima, e na rede social vai estar disponibilizado recursos para ter acesso a formulários para formalizar denúncias e outros serviços e contatos.

“Criamos essa estrutura também para que a comunidade brasileira possa se unir e sentir mais força aqui na França”, finaliza Daniella.

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