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Reitor da melhor universidade de Israel desembarca no Brasil para desenvolver programa aeroespacial

O reitor do Instituto de Tecnologia de Israel (‎Technion), a melhor instituição de ensino superior do país, desembarca nesta sexta-feira (8) em São Paulo para tentar promover uma colaboração entre sua universidade e instituições brasileiras.

O presidente da universidade israelense Technion, Peretz Lavie.
O presidente da universidade israelense Technion, Peretz Lavie. Crédito Daniela Kresch
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Israel

O professor Peretz Lavie vai se reunir com a direção da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para sugerir o estabelecimento de um programa conjunto na área de tecnologia de comunicação via satélite. “Queremos abrir no Brasil um programa de colaboração na área aeroespacial. O Brasil tem vantagens relativas nessa área. Planejamos lançar três novos satélites no fim de 2019”, disse Peretz Lavie.

Para financiar o programa, Lavie espera colaboração da comunidade judaica brasileira na arrecadação de US$ 5 milhões. Ele também afirma que quer receber estudantes brasileiros no Technion para o programa internacional de graduação em áreas como engenharia ambiental, de máquinas e civil, além de pós-graduação.

O Technion é a 77ª melhor universidade do mundo, segundo o ranking de 2018 da Shanghai Academic Ranking of World Universities (ARWU). A instituição, que foca em engenharia e ciências exatas e é baseada na cidade de Haifa, acumula quatro prêmios Nobel, todos em Química. Lá, estudam 14 mil alunos, sendo 20% deles árabes.

Aproximação com Israel

A visita ao Brasil foi marcada antes da eleição do presidente Jair Bolsonaro, que coincidentemente tem promovido uma reaproximação entre Israel e Brasil no campo diplomático e também comercial. Em janeiro, Lavie se reuniu com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, o astronauta Marcos Pontes, que visitou Israel por uma semana.

“Ele está muito interessado em fomentar uma colaboração com Israel em áreas em que somos fortes, como a questão da água ou do empreendedorismo – como o modelo israelense de Startup Nation, por exemplo”, afirmou. Apesar das diferenças estruturais e sociais entre os dois países, Peretz Lavie acredita que é possível incentivar o empreendedorismo no Brasil.

“É preciso começar de algum lugar. Acho que as universidades podem ter um papel enorme nisso. São uma força econômica e uma força que estimula a economia. O Technion fez uma revolução em Israel, por exemplo. A Startup Nation é, na verdade, a Technion Nation”, argumentou o reitor.

Segundo Peretz Lavie, Israel passou a investir em alta tecnologia nos anos 70, para responder às necessidades da época na área de semicondutores. A partir daí, o caráter da sociedade levou a um desenvolvimento ímpar nessa área. Em Israel, os jovens não temem o risco de abrir startups. Se falharem, simplesmente tentam de novo. “Vemos o fracasso como parte do processo de aprendizagem e parte da vida”, afirma o reitor do Technion.

“É preciso criar um ecossistema de empreendedorismo e universidades como a USP, que é ótima, ou o ITA, podem criar condições que incentivem os alunos a correr riscos, além de incentivar networking e criação de lideranças”. Além disso, ele sugere que o governo brasileiro invista na criação de empresas internas nas universidades para desenvolver e comercializar descobertas. No Technion, apenas um remédio contra o Mal de Parkinson arrecadou mais de US$ 250 milhões.

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