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Salvini reitera apoio a Bolsonaro, mas desaprova declarações sobre Ustra

O ministro do Interior e vice primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, voltou a elogiar o resultado das eleições presidenciais no Brasil nesta segunda-feira (10). Ele disse, no entanto, que não concorda com as declarações que o presidente eleito Jair Bolsonaro fez a favor do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), reconhecido como torturador pelo Superior Tribunal de Justiça em 2008.

Matteo Salvini em coletiva de imprensa
Matteo Salvini em coletiva de imprensa Gina Marques
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Gina Marques, correspondente da RFI na Itália

Em uma coletiva de imprensa na Associação dos Jornalistas Estrangeiros em Roma, o homem forte do governo italiano e da extrema direita declarou à RFI que “odeia a tortura”. “Eu condeno os torturadores”, afirmou.

Ele também disse reconhecer o “voto democrático do povo brasileiro”. “É muito curioso o fato de que, quando uma parcela da sociedade escolhe o candidato, fala-se em democracia, liberdade, futuro, progresso, direitos. Quando é alguém que não agrada o ‘politicamente correto’, fala-se em regressão, fascismo, nazismo, ultranacionalismo. Os brasileiros votaram. Viva o voto livre dos brasileiros”, disse Salvini, que pretende viajar ao Brasil no próximo ano.

Extradição de Cesare Battisti

Matteo Salvini reiterou a esperança de que o governo brasileiro extradite o italiano Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios nos anos 1970, quando integrava o grupo armado Proletários Armados pelo Comunismo.

Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou sua extradição. Em seu último dia de governo, no entanto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a decisão de extraditar o italiano, causando diversos protestos na Itália.

“Espero que seja finalmente uma boa notícia para os italianos, porque um condenado à prisão perpétua que, sem respeito pelas vítimas, aproveita a vida nas praias do Brasil, me deixa tão nervoso que nem posso explicar. Se, depois de tantos anos de conversa, as autoridades brasileiras ajudarem a Itália a ter justiça, vou atribuir o mérito ao presidente brasileiro” disse Salvini.

O ministro do Interior da Itália foi o primeiro político europeu a demonstrar apoio a Jair Bolsonaro, no dia seguinte ao primeiro turno das presidenciais no Brasil. Após ter sido elogiado pelo vice primeiro-ministro italiano, o então candidato do PSL escreveu em suas redes sociais que, caso fosse eleito, extraditaria "imediatamente” o ex-militante italiano. Uma decisão liminar provisória do Supremo Tribunal Federal, porém, impede a extradição.

"Como já foi falado, reafirmo aqui meu compromisso de extraditar o terrorista Cesare Battisti, amado pela esquerda brasileira, imediatamente, em caso de vitória nas eleições. Mostraremos ao mundo nosso total repúdio e empenho no combate ao terrorismo. O Brasil merece respeito!”, escreveu Bolsonaro em 16 de outubro.

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