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Brasil / Medicina

Primeiro bebê nascido de útero transplantado de doadora morta é brasileiro

A criança nasceu há cerca de sete meses no Hospital Universitário da USP, em São Paulo. O bebê - uma menina hoje com 7,2 quilos - é o primeiro nascido saudável, após uma dezena de tentativas fracassadas pelo mundo de gerar uma criança em um útero transplantado de uma doadora já falecida. A informação foi divulgada, nesta quarta-feira (5), pela revista científica britânica The Lancet.

Nascimento de primeiro bebê gerado em útero transplantado de pessoa morta
Nascimento de primeiro bebê gerado em útero transplantado de pessoa morta Reuters
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A tentativa de transplante uterino de um doador morto já havia sido realizada nos Estados Unidos, na República Tcheca e na Turquia.  Esse também é o primeiro nascimento mediante transplante de útero na América Latina, o que poderia incluir também doadores vivos.  

A primeira doação de útero, a partir de uma mulher com vida, foi feita na Suécia, em 2013.  Desde então, foram realizados 39 transplantes do tipo, dos quais 11 permitiram dar à luz.

Um novo caminho para enfrentar a infertilidade

No Brasil, o transplante foi realizado em setembro de 2016 em uma mulher de 32 anos.  A doadora tinha 45 anos e morreu em decorrência de um ataque cardíaco. Para o médico que dirigiu o procedimento, Dr. Dani Ejzenberg, o caso de sucesso demonstrou a viabilidade da técnica e poderia alargar o número de doadores.

"O número de pessoas dispostas a doar órgãos após sua morte é significativamente maior que o de doadores vivos ", enfatizou o profissional. Ele destaca, no entanto, que os efeitos e os resultados deste tipo de transplante ainda devem ser comparados com os de um transplante mais clássico, uma vez que uma mulher aceita em vida a doação de seu útero.  

Para a mulheres que sofrem de esterilidade de origem uterina, o recurso à doadoras falecidas poderá ampliar consideravelmente o acesso a este tratamento. Durante o processo de iniciar a gravidez, a fertilização in vitro é outra aliada - a única maneira de permitir a concepção uma vez que os ovários permanecem não ligados ao útero.

(Com colaboração de Pedro Henrique Antunes)

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