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Documentário sobre dançarina Helenita Sá Earp é destaque em Paris

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O documentário “Dançar”, que conta a história de Helenita Sá Earp, é apresentado nesta terça-feira (27) na Maison d’Amérique Latina, em Paris, numa parceria com o Centro Cultural do Brasil. Ela foi uma das dançarinas mais importantes do último século no Brasil, com uma técnica revolucionária que deixou um enorme legado para os estudos dessa arte no país.

O professor André Meyer e a pesquisadora Eloa Chaignet
O professor André Meyer e a pesquisadora Eloa Chaignet RFI
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“Helenita é uma figura chave para o processo de desenvolvimento da dança no Brasil. Ela entra na Universidade e começa a desenvolver uma série de pesquisas, de ensino e criação, para que as práticas corporais e a pesquisa do movimento, pudessem estar sempre num processo de transformação, de renovação”, afirma André Meyer, professor da UFRJ e roteirista de "Dançar". “Junto com isso, ela desenvolve uma intensa produção coreográfica, alicerçando as bases para a criação e a inseminação da dança no ensino superior em nosso país”.

“Ela faz isso num momento histórico, quando a Universidade de Educação Física era militarizada. É muito pioneirismo colocar arte onde existe esses limites rígidos do corpo, onde não se pode ter muito espaço para fazer o que está fora do que foi determinado”, explica Eloa Chaignet, pesquisadora em dança especializada na técnica de Helenita Sá Earp.

De acordo com André Meyer, em 1941, Helenita criou um curso de especialização e, já em 1943, um grupo de dança na então Universidade do Brasil. “Todo esse processo de investigação da dança foi intensificado por ela e foi se criando uma espécie de ilha de resistência, até que isso explodiu com uma força e seu trabalho foi se disseminando no país”, diz.

Qualquer corpo pode dançar

Para Eloa, na metodologia da Helenita existe um diálogo com outras disciplinas, como a ciência e a biologia. Além disso, “o que é interessante é que qualquer corpo pode dançar, não tem uma estrutura física específica. Só é preciso fazer movimento e ele pode ser feito de inúmeras formas”, ressalta. “A metodologia que ela criou não limita, não é uma dança que tem passos, é uma dança onde tem movimentos.”

Encontrar os arquivos para produzir o documentário “Dançar” foi um desafio, segundo André Meyer, mas também uma benção. “Nós praticamente não tínhamos registros em imagem. Isso, por outro lado, foi muito interessante para a roteirização do filme, porque nos levou a reconstruir os temas coreográficos em várias locações externas”, justifica.

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