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Moro/Bolsonaro

“Moro adere ao programa repressivo de Bolsonaro”, diz Le Monde

Segundo o jornal francês, em edição desta quarta-feira (7), Moro “assume seu papel político”. O vespertino destaca que “o juiz anticorrupção brasileiro, destinado ao posto de ministro da justiça e da segurança, elogiou a ‘moderação’ do presidente eleito”.

Sérgio Moro em Curitiba, em 7 de outubro de 2018.
Sérgio Moro em Curitiba, em 7 de outubro de 2018. REUTERS/Rodolfo Buhrer
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Le Monde começa o artigo descrevendo de que forma o juiz Sérgio Moro, “herói da luta anticorrupção no Brasil”, tentou explicar como, “ele que jurava há dois anos nunca abraçar uma carreira política”, deseja “desempenhar um papel no próximo governo”.

“Durante uma coletiva de imprensa em Curitiba, o juiz afirmou não possuir nenhum “projeto de poder”, conta o vespertino. Impulsionado por Bolsonaro, “inimigo do ex-chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva”, ele assegura que “minha nomeação não é uma recompensa” e nega qualquer “perseguição política”, afirma Le Monde.

Aos que se preocupam em vê-lo colaborar com um presidente “descontente” com os direitos humanos e a liberdade de imprensa, “o juiz assegura ter aceito o convite do militar de reserva sob a condição de que as ações sejam conduzidas “com respeito às leis, à Constituição e os direitos fundamentais”, relata o periódico.

De “juiz provinciano” a “ícone popular”

“Ontem um pequeno juiz provinciano, hoje um ícone popular, Sérgio Moro não escondeu sua oposição a certas ideias de futuro presidente”, conta o jornal. Sobre a afirmação “bandido bom é bandido morto”, de Bolsonaro, “o juiz explicou que o confronto entre as forças de ordem e os criminosos, e seus “efeitos colaterais”, não seriam o “método de trabalho privilegiado”. Le Monde conta ainda que Moro reprova classificar os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) como “terroristas”.

Diante de um chefe de Estado determinado a lotar prisões já superlotadas, “Moro explicou que as revisões de penas, assim como a libertação de prisioneiros por crimes graves, deverão ser reanalisadas”, conta o vespertino. “O juiz também se diz pronto a abordar a questão da redução da maioridade penal de 18 a 16 anos, por crimes graves ou estupros, uma medida aprovada por 80% dos brasileiros”, publica o jornal.

Le Monde considera que, aceitando fazer parte do governo de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro oferece um “crédito extra” ao líder de extrema direita, “fazendo-o se beneficiar de sua aura de caçador de corruptos”. “Ao se juntar a uma boa parte do programa repressivo do presidente eleito, o juiz vai além... Alguns analistas preveem que Moro poderia até concorrer à eleição presidencial de 2022”, conclui o periódico.

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