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Brasil/eleições

Voto dos evangélicos, ódio ao PT e violência: imprensa internacional analisa vitória de Bolsonaro

O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, está na capa dos principais jornais do mundo, que alertam para os riscos da chegada da extrema-direita ao poder.

Militantes pro-Bolsonaro festejam vitória do candidato de extrema-direita
Militantes pro-Bolsonaro festejam vitória do candidato de extrema-direita REUTERS/Amanda Perobelli
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O Libération diz que “o maior país da América Latina virou para a extrema direita com a eleição fácil do controverso Jair Bolsonaro, que prometeu ‘mudar o destino do Brasil’”. O jornal francês falou com eleitores de Bolsonaro, que disseram estar cansados da corrupção e da violência. Uma mulher disse que o país se livra do comunismo de Cuba e da Venezuela.

Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Bolsonaro prometeu respeitar a Constituição, a democracia e a liberdade, lembra o jornal Le Monde, que ainda cita a reação imediata de apoio dos vizinhos latino-americanos, como o venezuelano Nicolás Maduro, o mexicano Enrique Peña Nieto, o argentino Mauricio Macri, entre outros.

Peso do voto evangélico

O diário mostra a festa dos bolsonaristas por todo o Brasil, onde não faltaram continências, fardas, bandeiras e armas em tamanho gigante. O Le Figaro fala sobre o peso do voto evangélico na eleição de Jair Bolsonaro. “É o único que fala a língua dos evangélicos”, diz o pastor José Wellignton, da Assembléia de Deus.

A jornalista Lamia Oualalou explica que essas igrejas proposperaram a partir dos anos 1970 nas periferias, nas favelas, nas regiões abandonadas pelo Estado, pela Igreja Católica e pela esquerda.

Aujourdhui en France ou Hoje na França cita que muitos eleitores de Fernando Haddad foram às urnas levando um livro, em resposta aos bolsonaristas que exibiram suas armas no primeiro turno. O jornal cita que o meio ambiente não está entre as prioridades de Bolsonaro que já prometeu inclusive de juntar os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente em um só, o que deverá agradar em cheio a bancada ruralista.

Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, candidato pelo PSL, teve 57,7 milhões de votos (55,18%) contra 46,8 milhões de seu adversário
Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, candidato pelo PSL, teve 57,7 milhões de votos (55,18%) contra 46,8 milhões de seu adversário Fotomontagem RFI

"Dia negro para a democracia"

“Um dia negro para a democracia”, diz o título do editorial de O Público, de Portugal. “Bolsonaro é o derradeiro capítulo de um processo de autodestruição das elites políticas brasileiras. Como todos os outros capítulos, é uma vergonha e uma desgraça”, escreve o jornal português.

Para o Guardian, os brasileiros trocaram a política da esperança pela política do ódio e do desespero. O jornal inglês analisa que o Brasil segue uma tendência mundial de rejeição total da política tradicional, seja de esquerda ou de direita.

O espanhol El País diz que a vitória de Bolsonaro sela o colapso do Partido dos Trabalhadores. Um dos sinais da agonia, além da própria prisão de Lula, é o silêncio de Ciro Gomes (PDL) após o primeiro turno, de quem Haddad esperava apoio.

Em tribuna em The New York Times, a jornalista brasileira Mariana Simões explica que a escalada de Jair Bolsonaro ao poder foi marcada por uma retórica de divisão e um discurso ofensivo que atraiu seguidores ao mesmo tempo em que chocou críticos.

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