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Linha Direta

Diferença entre PT e Bolsonaro diminui e Haddad cobra apoio de Ciro

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Declarações polêmicas e tom agressivo da campanha do militar pesaram para crescimento do petista e deixa disputa no segundo turno mais acirrada.

Frase "Ele Não" em referência a Jair Bolsonaro, projetado em um muro durante um comício de Fernando Haddad, em 24 de outubro.
Frase "Ele Não" em referência a Jair Bolsonaro, projetado em um muro durante um comício de Fernando Haddad, em 24 de outubro. REUTERS/Nacho Doce
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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

O PT fala em virada na reta final e espera apoio formal de Ciro Gomes, embora reconheça que a diferença entre os dois candidatos seja muito grande. O PSL fez um apelo para que os políticos do partido continuem focados e evitem surpresas de última hora.

O que mexeu com os ânimos das duas equipes foi a pesquisa Datafolha divulgada na noite dessa quinta-feira (25) que, ao menos, garantiu um segundo turno um pouco mais emocionante do que muitos imaginavam. Jair Bolsonaro aparece com 56% dos votos válidos e Fernando Haddad, com 44%. Em uma semana, a diferença entre eles caiu de 18 para 12 pontos.

O candidato petista quer a militância na rua e ainda espera um posicionamento mais firme de alguns aliados. "Há um clima de virada, isso está acontecendo. Aqui na capital paulista já aconteceu. Liguei para o presidente do PDT, o Carlos Lupi e falei disso. E acho que com apoio do Ciro Gomes fica mais fácil. Já insisti nisso e vou continuar insistindo nesse apoio", afirmou Haddad.

Já o candidato Jair Bolsonaro cobrou dos deputados e senadores eleitos pelo PSL mais engajamento. "Os políticos da esquerda estão mobilizados. Já os que foram eleitos pelo PSL, muitos deles com minha ajuda, eu vejo que o engajamento deles está muito fraco. A eleição não terminou", disse o candidato. A equipe de Bolsonaro avalia que em SP, por exemplo, o PSL se dividiu entre João Dória e Márcio França e acabou deixando a briga presidencial em segundo plano.

Declarações polêmicas

Os últimos dias foram marcados por polêmicas envolvendo a candidatura Bolsonaro. O jornal Folha de S. Paulo trouxe reportagem sobre uma suposta compra, por empresas, de serviço de envio em massa de mensagens. Como as doações de empresa jurídica são proibidas, a prática é ilegal. O PSL diz que não há provas, mas apenas ilações. O TSE abriu processo para apurar o caso e vai contar com as investigações da Polícia Federal.

Também vieram à tona declarações do filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro. Num vídeo gravado antes do primeiro turno, ele responde a uma pergunta sobre uma eventual vitória do pai anulada pela justiça por fatores secundários, sugerindo que, num caso assim, um soldado e um cabo seriam suficientes para fechar o Supremo Tribunal Federal. A frase provocou inúmeras reações do judiciário.

O próprio Jair Bolsonaro usou no fim de semana expressões agressivas contra adversários, ao falar até em faxina contra os vermelhos, em referência a eleitores do PT, o que levou Fernando Henrique Cardoso a condenar a postura nas redes sociais e Marina Silva a declarar apoio crítico a Haddad. A Rede já havia indicado voto contra Bolsonaro, mas deixou seus membros livres para escolher entre o PT e o voto nulo.

O cientista político Paulo Baía, da UFRJ, diz que tudo isso pesou contra Bolsonaro, ainda que tenha ele tenha amenizado o tom depois. "Essa postura mais agressiva acaba afastando eleitores ainda indecisos ou não tão convictos. A campanha do PT soube explorar isso. Acho que isso refletiu na pesquisa Datafolha, embora a diferença continua muito alta. Ou seja, Bolsonaro entra na reta final como favorito. É muito difícil reverter", acrescentou.

Rejeição

A pesquisa Datafolha mostrou que a rejeição de Bolsonaro cresceu três pontos e hoje é de 44%. A rejeição a Haddad caiu dois pontos, dentro da margem de erro, mas continua mais alta: 52%. O petista cresceu entre os que ganham acima de dez salários mínimos, mas Bolsonaro continua liderando com folga nesse seguimento, 62% a 32%. Na outra ponta, entre os que ganham até dois salários mínimos, Haddad está na frente com 47% contra 37% do militar.

O Datafolha ouviu 9.173 eleitores feita em 341 municípios nos dias 24 e 25 de outubro de 2018. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

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