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Brasil/Eleições

Policiais antifascistas se mobilizam contra Jair Bolsonaro no Brasil

A reportagem da RFI entrevistou em São Paulo um dos mil policiais integrantes da força "antifascista" da polícia brasileira, um grupo que, segundo ele, "luta contra a atual política de segurança que se concentra no extermínio dos pobres, dos negros e da marginalização da pobreza”.

Grupo de policiais civis e militares suprapartidário, autointitulado “Policiais Antifascismo”.
Grupo de policiais civis e militares suprapartidário, autointitulado “Policiais Antifascismo”. Rêgo/Agência Brasil
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Achim Lippold, enviado especial da RFI a São Paulo

No Brasil, o candidato da extrema-direita à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), acaba de receber o apoio de parlamentares ligados à agroindústria e daqueles que representam os evangélicos. Favorito deste primeiro turno que terá lugar no domingo (7), o capitão da Reserva do Exército Brasileiro também pode contar com o apoio de grande parte dos militares e da polícia local.

Mas há uma corrente dentro da força policial, embora muito pequena, que está se mobilizando contra Jair Bolsonaro e defendendo uma política de segurança baseada sobre o respeito aos direitos humanos. A reportagem da RFI se encontrou em São Paulo com Alexandre Campos, um policial que faz parte desse movimento.

Há mais de 20 anos, Campos integra a polícia municipal de São Paulo. Uma vocação, ele diz. Hoje, aos 43 anos de idade, cada vez mais revoltado com sua profissão, decidiu se juntar ao movimento "Policiais Antifacistas":

"Somos policiais que vão contra a atual política de segurança que se concentra no extermínio dos pobres, dos negros e da marginalização da pobreza”, diz.

Retaliação dos superiores

Mais de 1.000 policiais participam desse movimento, que visa promover uma polícia cidadã respeitosa dos direitos humanos. Uma escolha que ele não esconde e que provoca a retaliação de seus superiores.

"Por causa dessa guerra contra o narcotráfico, a polícia está realizando operações completamente ineficazes. Para desmantelar o banco de usuários de crack em São Paulo, ela disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Recusei-me a participar. Uma semana depois, fui transferido para outra delegacia de polícia”, conta Campos.

Como seus colegas, Alexandre Campos se diz preocupado com um discurso de segurança cada vez mais voltado para a repressão. "O candidato presidencial Jair Bolsonaro e o candidato a governador de São Paulo, João Doria, declararam publicamente que desde o primeiro dia de seu mandato a polícia atirará para matar", relata.

Alexandre Campos tem uma certeza: se Jair Bolsonaro for eleito presidente, a luta contra o narcotráfico terminará em um banho de sangue. Pai de dois filhos, o policial pensa, pela primeira vez em sua vida, na possibilidade de deixar o país.

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